Pedro Cabrita Reis nasceu em 1956 em Lisboa, cidade onde atualmente vive e trabalha. A sua obra foi sendo cada vez mais reconhecida internacionalmente, tornando-se assim crucial e decisiva para a compreensão da escultura a partir de meados dos anos 80. A sua obra engloba uma ampla variedade de meios – pintura, escultura, fotografia e desenho. Conheça mais sobre o artista português.
1.Um dos artistas portugueses com maior reconhecimento internacional
Pedro Cabrita Reis é considerado um dos maiores artistas portugueses da atualidade. Hoje, vive e trabalha em Lisboa, a cidade onde nasceu em 1956. Mas não é só cá dentro que o seu trabalho é reconhecido. As suas obras têm feito parte de várias exposições internacionais como é exemplo a Documenta IX que decorreu em Kassel, Alemanha, e a 24.ª Bienal de São Paulo. Em 2003, representou Portugal na Bienal de Veneza, em Itália.
2.A versatilidade é o ponto forte na prática de Pedro Cabrita Reis
Uma das características mais acutilantes do trabalho de Pedro Cabrita Reis é a sua versatilidade, especialmente quando acompanhada por uma intensa capacidade subversiva e de surpresa. Se por um lado, tem a habilidade de construir exposições exemplares em alguns dos melhores museus, consegue também relacionar-se de forma rigorosa e inteligente com espaços não institucionais. A sua obra complexa pode ser caracterizada por um discurso filosófico e poético idiossincrático que abrange uma grande variedade de meios: pintura, escultura, fotografia, desenho e instalações compostas de materiais industriais e encontrados e objetos manufaturados. Utilizando materiais simples e submetidos a processos construtivos, Cabrita recicla reminiscências quase anónimas de gestos primordiais e ações repetidas no quotidiano. Desconcertante na palavra, acredita mais na força de intervenção do que no bom senso como atitude permanente. Pedro Cabrita Reis, trabalha com restos de civilização e material de construção. Vez após vez, ele cria novos espaços ou reinterpreta os antigos. A complexa diversidade teórica e formal da obra de Pedro Cabrita Reis procede de uma reflexão antropológica, que se opõe ao reducionismo do discurso sociológico. De facto, é sobre silêncios e indagações que assenta e constrói a obra de Pedro Cabrita Reis.
3.Pedro Cabrita Reis foi o artista convidado para desenhar os novos separadores da RTP2
Pedro Cabrita Reis é o artista por detrás dos novos separadores da RTP2. A branco, a preto, mais limpo ou com mais tinta, o protagonista desta experiência é o número 2 que unifica todo este acto. A ideia foi inspirada nos pequenos vídeos protagonizados por Pablo Picasso no final da década de 1940. O artista português queria realizar esta ponte no tempo e na história da arte, através deste momento que é personalizado na ação de Picasso. O trabalho de Cabrita Reis já pode ser visto na antena da RTP2.
4.Pedro Cabrita Reis expôs no jardim do Louvre
A escultura de Pedro Cabrita Reis, no jardim das Tulherias, no Louvre, foi uma obra incluída na Temporada Cruzada Portugal-França. O Museu do Louvre convidou-o, deu-lhe total liberdade e o resultado foi uma escultura em cortiça portuguesa, com uma base em aço corten. Pedro Cabrita Reis afirmou que foi buscar inspiração a “Les Trois Grâces”, uma obra da antiguidade clássica. Pedro Cabrita Reis assume a antiguidade clássica como fonte preferencial de interesse e inspiração. Daí a escolha para esta obra, a temática Les Trois Grâces. Esta foi a primeira obra em que o artista utilizou a cortiça. Pedro Cabrita Reis afirmou que o artista deve estar sempre aberto a novas experiências, mas que é também uma escolha política: “desde logo no sentido autoral, porque o artista deve ter presente a curiosidade e abertura de espírito” para experimentar diferentes formas de criar e, depois, porque se a Temporada Portugal – França é uma operação de diplomacia cultural recíproca – mas também política e económica – pareceu-me apropriado trazer para esta exposição um material que é inequivocamente português”. Pedro Cabrita Reis acrescenta que o “casamento entre a cortiça e o aço passa pela minha própria vida enquanto autor. Ao trazer o aço corten para este projecto, o que trago é um pouco da minha história anterior. As bases de aço corten, que pertencem a um momento anterior na minha trajectória, são também as bases de uma escultura em material novo. Aquilo que foi um passado relativo sustenta a criação de um presente que se continua”. As Três Graças estavam em destaque na vegetação das Tulherias, nas muitas esculturas que espreitam entre arbusto que rodeiam o Louvre. As placas que assinalam a obra dão conta de um criador “artista maior da cena portuguesa”, “objecto de reconhecimento internacional” que se “confronta com a tradição e renova um tema antigo, muito presente nas colecções do museu do Louvre, nomeadamente na arte greco-romana”.
5.Pedro Cabrita Reis já participou quatro vez na Bienal de Veneza
Pedro Cabrita Reis foi representar este ano Portugal na 59ª edição da Bienal de Veneza com a obra “Field”, uma escultura inédita de grandes dimensões concebida para a Igreja de San Fantin. Esta é a quarta vez que o artista português participa na Bienal de Veneza, em Itália, depois de ter estado presente nas edições de 1997, 2003 (ano em que representou Portugal) e 2013. A obra resultou de uma parceria entre o artista português e a suas galerias Kewenig (Berlim), Sprovieri (Londres), Mai 36 (Zurique) e Magazzino (Roma). Segundo o jornal Expresso, a instalação tinha um padrão geométrico de linhas paralelas, “Field” ocupou a nave central da igreja desde a entrada até ao altar, permitindo a circulação em seu redor. A escultura é composta por uma estrutura metálica de 128 peças, onde serão colocados 640 tubos LED brancos, alimentados por uma malha de fios elétricos. Sobre essas estruturas metálicas estará um tampo de vidro e uma camada irregular de material proveniente de demolições, que contrasta com as formas mais geométricas e definidas das estruturas metálicas e iluminação. Irradiando luz numa paisagem de destroços, Pedro Cabrita Reis evoca “o eterno conflito entre a Luz e a Escuridão, o qual, para o Artista, é testemunho da própria condição humana”. Pedro Cabrita Reis já participou em mostras internacionais, como a Documenta IX e XIV em Kassel em 1992 e 2017, as 21ª e 24ª Bienais de São Paulo, respectivamente em 1994 e 1998, Bienal de Veneza em 1997. Em 2003, representou Portugal na Bienal de Veneza , em 2013 apresentou “A Remote Whisper”, 55ª Bienal de Veneza e participou na Xème Biennale de Lyon, “The Spectacle of the Everyday”, Lyon, 2009.