
5 Obras de Arte que exploram questões e identidade Queer
Na maioria das vezes, o orgulho LGBTQ+ é compartilhado com o símbolo do arco-íris. Enquanto o arco-íris sinaliza identidade compartilhada, comunidade e aliança, as experiências vividas transcendem símbolos e slogans. Neste mês do orgulho, a P55.ART destaca artistas cujo as suas obras vão além do arco-íris, num reconhecimento de que, apesar do aumento da representação, muitos aspectos da experiência queer ainda são invisíveis ou unidimensionais.
1.Auto-retrato com cabelo cortado de Frida Kahlo, 1940
Este autorretrato datado de 1940 é um dos primeiros exemplos verdadeiros da arte LGBT. Abaixo de algumas linhas de texto e música, encontramos a artista sentada numa cadeira, cercada pelo seu cabelo recém-cortado. De tesoura na mão mas com uma expressão de segurança calma, e não de desespero absoluto à luz de sua feminilidade perdida. Esse símbolo de feminilidade, ao qual muitos se apegam para sinalizar e afirmar seu gênero, é deixado de lado pela confiante Frida Kahlo. O artista defendeu que cada um de nós carrega qualidades masculinas e femininas, encorajando-nos a enfrentar essa pluralidade em vez de negá-las.
2.Two Men Dancing de Robert Mapplethorpe, 1984
Robert Mapplethorpe é conhecido pelos seus magnificos retratos a preto e branco, que desafiam o seu público. A carreira de Robert Mapplethorpe floresceu, na década de 1980, com projetos comerciais, ao criar capas de álbuns para Patti Smith e a banda Television, além duma série de retratos e fotos de festas para Interview Magazine. Após ter sido diagnosticado com AIDS (SIDA) em 1986, acelerou os seus esforços criativos e realizou projetos cada vez mais ambiciosos. Em 1988, um ano antes da sua morte, teve a sua primeira grande exposição no The Whitney Museum of American Art, em Nova York. Com Two Men Dancing, afirmar-se a dicotomia entre masculino e feminino, justapondo o duro e o gentil. Como parte da cena S&M de Nova York no final dos anos 70, as imagens de Mapplethorpe muitas vezes foram um passo além, explorando a relação entre dominante e submisso, pureza e “imoralidade”, censura e liberdade, entre outros temas, algo que esta presente nesta obra.
3.Pintura corporal de Bill T. Jones por Keith Haring (com Tseng Kwong Chi), 1983
As pinturas corporais de Keith Haring seguiram a longa tradição do artista evitar as telas e procurar constantemente territórios artísticos desconhecidos. Do metro as ruas de Nova Iorque, Keith Haring nunca teve medo de levar a Arte para fora do seu contexto formal! A fotografia de Bill T. Jones de 1983, em colaboração com o fotógrafo Tseng Kwong Chi, eterniza um momento bastante espetacular: o encontro de três artistas, que combinam fotografia, coreografia e arte de rua. Neste caso, a expressividade da dança de Bill T. Jones, está em conjunção com outro tipo de expressão, nomeadamente os hieróglifos singulares e enigmáticos de Haring. Foram estes artistas que abriram caminho para a arte queer como a conhecemos hoje.
4. Her Soft Lips Touched Mine and Everything became Hard Tracey Emin, 2008
As obras da artista britânica Tracey Emin são amplamente reconhecidas como autobiográficas, pois expressam as suas experiências pessoais como controvérsias e traumas. Esta é uma constante na sua carreira, seja na polémica instalação “Everyone I Ever Slept With” ou nas cartas de amor que publicou, até as transcrições em neon de não são exceção pois imitam a sua própria caligrafia. Permanecem íntimos e profundamente pessoais, capturando pensamentos fugazes ou desejos não ditos. A mensagem nesta peça, intitulada “Her Soft Lips Touched Mine and Every Thing became Hard”, é um dos muitos. Outro exemplo enigmático de arte LGBT é a frase em neon: “I Loved You Like a Distant Star”. Embora estas obras de arte não sejam tão visuais quanto instigastes, continuam dentro desta tradição de representar descaradamente o amor moderno aberto e declarado. Os seus trabalhos confessionais tiveram um impacto importante no mundo da arte, ao normalizar as narrativas feministas. Isto abriu caminhos para experiências não convencionais e induzidas por traumas. A abordagem de Tracey Emin continua a desorientar muitos, ao questionar continuamente as instituições e convenções que mantêm o status quo.
5. George the Cunt e Gilbert the Shit de Gilbert e George, 1969
A famosa dupla de arte Gilbert & George conheceu-se enquanto estudavam na Saint Martin's School of Art, em Londres. Desde então, a dupla tem vindo a trabalhar em colaboração com uma abordagem auto-reflexiva de 'escultura viva' à arte performativa. Um dos seus primeiros trabalhos juntos, “George the Cunt e Gilbert the Shit” simbolizam o humor do casal e a abordagem anti-elitista da Arte. Mais tarde, Gilbert & George a enfrentaram muitas críticas pelos temas escolhidos. Com nudez e atos sexuais explícitos no centro do seu trabalho, Gilbert & George certamente redefiniram a extensão da sexualidade em ambientes artísticos formais.