Com uma nova visão sobre a prática escultórica, João Cutileiro (1937-2021) marcou a história da arte portuguesa ao transformar a paisagem artística e cultural deste país. A partir do final da década de 1950, os seus trabalhos de mármore marcados pelo experimentalismo, erotismo, natureza e história nacional, patenteiam o espaço público português. «Dom Sebastião de Lagos» (1973) e o monumento ao 25 de Abril, no alto do parque Eduardo VII, em Lisboa, são duas esculturas que marcaram a carreira artística e política de João Cutileiro. Além do espaço público, as suas obras foram expostas em diversos espaços museológicos e bienais nacionais e internacionais, como a Unikat-Galerie, em Wuppertal, na Alemanha, na Royal Academy of Arts, em Londres, no Museu de Lagos (1978), na XV Bienal Internacional de São Paulo, Brasil (1979), entre outros. Conheça aqui as 5 obras mais públicas mais emblemática de João Cutileiro.
1.Monumento ao 25 de Abril, no topo do Parque Eduardo VII, em Lisboa
Este monumento comemorativo dos 25 anos da Revolução de Abril que fica situado no cimo do Parque Eduardo VII, foi concebido a partir do pedestal destinado à estátua equestre do Santo Condestável. Este conjunto escultórico criado por João Cutileiro é constituído por fragmentos de pedra, por vezes em bruto, elementos bastante distintos da obra deste artista. O núcleo desdobra-se por outros pedaços de pedra que se dispersam pelo espelho de água, onde a obra se localiza. Em frente a este núcleo, sobre um plinto em dois patamares, encontra-se um outro elemento cuja coloração e discurso formal o aproxima da estilização de um cravo. No conjunto das peças de arte existentes no Parque Eduardo VII, o polémico monumento da autoria de João Cutileiro surge como obra de um novo tempo político e cultural.
2.Homenagem ao Pescador, Povoa de Varzim
Desde 1999 que também Vila do Conde faz parte do roteiro de obras do artista. À entrada do porto de pesca, foi criado o conjunto escultórico dedicado aos fundadores de Vila do Conde. Das mãos de João Cutileiro saiu a escultura ao Pescador Poveiro, que pode ser observada e admirada à entrada do Porto de Pesca da Póvoa de Varzim. A escultura não está identificada, mas para quem conhece a obra e a forma de moldar os rostos e o corpo humano sabe do seu autor. O artista só conquista a eternidade quando se identifica na sua obra.
3.Estátua do Marquês de Pombal, Vila Real de Santo António
A escultura “Sebastião José de Carvalho e Mello – Marquês de Pombal”, foi instalada na Avenida da República e inaugurada no dia 13 de Maio de 2009, em resultado de uma encomenda daquela autarquia. «O intimismo, o erotismo e o amor são os principais temas da sua obra escultórica, muito marcada pelo mármore, reconhecida em Portugal e no estrangeiro», salienta a autarquia vilarrealense. João Cutileiro trabalhou com vários materiais, mas sobretudo com o mármore, que moldava recorrendo também a máquinas elétricas.
4.Lago das Tágifes, Parque das Nações, Lisboa
Obra do escultor João Cutileiro, executada e inaugurada em 1998, traduz um conjunto de esculturas em pedra mármore dentro de um lago. Encontramos aqui representadas uma falua, barco tradicional do Tejo, e figuras femininas que evocam as Tágides, figuras míticas Camonianas. Neste caso o escultor recorreu a uma técnica próxima da colagem, partindo de uma superfície ampla, que corresponde ao corpo, sobrepondo-lhe outros elementos pétreos como os cabelos e os seios.
5.Estátua de D.Afonso Henriques, Guimarães
Escultura contemporânea situada no Largo da Misericórdia que representa D. Afonso Henriques, o primeiro rei português. A escultura contemporânea que representa D. Afonso Henriques é da autoria do escultor João Cutileiro, e foi aqui colocada em 2001. Esta escultura representa a memória do passado com marca e leitura do presente. Traduz a figura do soldado, com a sua espada e o seu escudo. É uma escultura plena de vigor, com um Afonso Henriques poderoso e seguro de si.