A partir da frase «O Meu Corpo É o Teu Corpo», releitura de Rui Órfão a partir da obra de Ernesto de Sousa, o Círculo de Artes Plásticas de Coimbra lança um desafio à comunidade artística, a partir do qual selecionará três projetos artísticos inéditos que coexistirão no CAPC Sede durante três meses.
A exposição, que fará parte da programação oficial do CAPC, terá a duração de três meses, sendo inaugurada no dia 7 de outubro, e terminando a 30 de dezembro. A participação é gratuita. Candidaturas até 12 de julho.
Os resultados serão comunicados ainda no mês de julho. Será atribuído um fee de 500€ e um valor máximo de 1500 € para produção de cada um dos três projetos.
«O Teu Corpo É o Meu Corpo»
«O Teu Corpo É o Meu Corpo» é uma designação criada por Ernesto de Sousa para agrupar uma série de ações, performances e exposições. Este ciclo inclui produção gráfica, fotográfica e fílmica, textos poéticos e obras mixed-media realizadas entre 1972 e 1988, entre as quais Luiz Vaz 73, Revolution My Body nr. 2, Tu Cuerpo Es Mi Cuerpo / Mi Cuerpo Es Tu Cuerpo, Identificación Con Tu Cuerpo, Olympia, Tradição como Aventura.
Ernesto de Sousa (Lisboa, 18 abril 1921 – 6 outubro 1988) foi uma das figuras mais complexas e activas do seu tempo, um prolífico artista multidisciplinar e um ávido promotor de sinergias entre gerações de artistas da primeira e da segunda metade do século XX. Defensor de uma expressão artística experimental e livre, dedicou-se ao estudo, divulgação e prática das artes, como à curadoria, crítica e ensaística, à fotografia, ao cinema e ao teatro.
Ao propor a celebração do Aniversário da Arte de Robert Filliou (Círculo de Artes Plásticas de Coimbra, 1974), Ernesto de Sousa antecipou a Revolução dos Cravos e contrariou a posição periférica de Portugal na Europa. A exposição “Alternativa Zero” (Galeria Nacional de Arte Moderna, Lisboa, 1977) sintetiza o seu projecto de criação de uma vanguarda portuguesa em diálogo estético e ideológico com as suas congéneres internacionais.
O CAPC Sede situa-se num conjunto de casas de renda, dos anos 1930 do século XX, situado junto à cota baixa das Escadas Monumentais, em Coimbra. O edifício foi um espaço fundador para a experiência e para os múltiplos modos de ser que caracterizaram os cinquenta anos de vida do CAPC. Este é o lugar físico onde se domiciliou a antiguidade heróica do CAPC. Originalmente concebido como residência de uma família burguesa, este prédio transformou-se num laboratório artístico.
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https://www.ernestodesousa.com/projectos/o-teu-corpo-e-o-meu-corpo
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FONTE: CAPC