Ao longo da história, o amor tem sido um dos temas frequentemente retratado pelos pintores. Afinal, o que poderia ser mais romântico do que o ato de tentar capturar na tela um sentimento tão delicado? A P55 criou uma lista dos mais belos e evocativos retratos de amor de artistas que expressaram de novas formas o poder e o mistério do desejo, do compromisso e do amor.
O Beijo de Gustav Klimt, 1908
A tela foi pintada entre 1907 e 1908, pertencendo à "fase dourada" de Gustav Klimt. No centro identifica-se um casal a partilhar um momento de cumplicidade e paixão. As figuras apresentam-se intensamente adornadas com delicados flocos de ouro, prata e platina e com uma abundância de formas geométricas. A intensidade das cores dá uma noção de volume ao contorno dos corpos.
Cupido e Psique de Antonio Canova
A escultura do artista neoclássico italiano Antonio Canova, Cupido e Psiquê, retrata o mito grego. Afrodite/Vênus, deusa do amor e da beleza, fica com ciúmes da beleza da mortal Psiquê. A deusa querendo-se vingar, pede ao seu filho Cupido que espete uma das suas flechas num mortal repugnante, para que este se apaixone por Psique. Contudo, Cupido acabou por se espetar a ele próprio e fica apaixonado por Psique. Na escultura, num formato bastante neoclássico é demonstrado, Psique num sono profundo, após ter aberto um frasco que tinha prometido não abrir. Cupido reanima a sua amada e acaba por pedir a Zeus/Júpiter para que a transformar numa imortal, o que é concedido. Esta história é uma alusão à transcendência da alma (psiquê) e à conquista da imortalidade, após a vida terrena e o encontro da alma humana com o amor celeste.
O Beijo de Toulouse-Lautrec
Toulouse-Lautrec ficou fascinado pela vida noturna de Paris, tendo pintado cenas da vida quotidiana nos bordéis, durante a década de 1890. Após ser contratado para produzir pinturas para o salão de um bordel na rue d'Ambroise, o pintor passou bastante tempo observando o bordel, seus moradores e visitantes, enquanto trabalhavam e descansavam. A partir destas contemplação criou dezesseis retratos que demonstram uma observação atenta e íntima de compaixão pelos sujeitos, sem qualquer sentido de sensacionalismo ou voyeurismo.
“O Beijo” retrata um momento de intimidade entre duas prostitutas que se beijam na cama de um quarto de bordel. Além das pinturas em tela, Toulouse-Lautrec também produziu cartazes para as casas noturnas, cuja inovação de design começou a definir o que ficaria conhecido mais tarde como Arte Nova.
Beijo II e Beijo V de Roy Lichtenstein
Esta é uma das mais populares retratos de amor do artista americano Roy Lichtenstein. A obra inspirada nas bandas desenhadas, retrata o reencontro ou despedida do casal pela expressão facial da personagem feminina que se encontra a chorar intensamente. Assim, consegue transmitir para espectador a paixão intensa sentida entre estas duas figuras.
Os Amantes de Magritte, 1928
As figuras beijam-se com uma barreira de tecido, possuindo assim impossível ver as suas feições. Esta é uma característica presente em várias obras do artista, estando conectada a uma memória de infância sobre o suicídio da mãe de Magritte. Esta é uma pintura provocadora com diversas interpretações possíveis, que transmite aos espectadores um sentimento de frustração. Revela assim a verdadeira natureza dos amantes ter a incapacidade demonstrar a sua verdadeira natureza até as paixões mais íntimas.
Dança no Campo de Renoir, 1883
A presente obra de arte integra uma série de três quadros, realizados em 1883. Estas representam o período de transição de Renoir, no qual o pintor deixou de representar a vida quotidiana de Paris e começou-se a interessar mais pelas composições individuais, com figuras no primeiro plano e sem uma grande preocupação na representação do fundo. Em Dança no Campo, Renoir representa seu amigo, o pintor Paul Lhote, a dançar com Aline Charigot, futura esposa de Renoir. Existem alguns objetos envolvendo as personagens como no fundo à direita, um chapéu no chão e um par de rostos. Apesar do envolvimento radiante entre as figuras, é o rosto da personagem feminina com um sorriso contagiante que apela o olhar do espectador.
O Aniversário de Marc Chagall, 1915
Em homenagem a sua amada esposa Bela Rosenfeld, Marc Chagall criou a pintura “O Aniversário”, na qual este dois são representados no centro da tela. Bela encontra-se com um ramo de flores praticamente a voar, esperando pelo beijo de Marc Chagall que é representado a levitar e aproximar-se da esposa. A ausência da gravidade é uma metáfora, aludindo ao amor sentido pelo casal, sendo este tão grande que é capaz de levá-los às alturas. Em volta do casal, há um ambiente minuciosamente decorado e através das janelas é possível ver o ambiente lá fora.