A arte pertence à humanidade como um todo, por isso é mais do que legítimo querer apreciá-la. Algumas das exposições mais esperadas estão prontas para entrarem em cena em 2022. Com novos trabalhos de artistas em ascensão aos fascinantes pintores do século XX, recomendamos cinco exposições nacionais e internacionais para começar o ano com o pé direito.
1. Mark Bradford em Serralves
O artista americano Mark Bradford (1961) é atualmente reconhecido como um dos grandes nomes da pintura das duas últimas décadas, devido à sua linguagem pictórica própria. Ao utilizar recorrentemente nos seus trabalhos, materiais e ferramentas do quotidiano, há uma abordagem rigorosamente física à presença material da pintura, na qual fala sobre diversas temáticas sociais e políticas, como a epidemia de SIDA, a representação deturpada e o medo da identidade queer e homossexual, o racismo sistémico nos Estados Unidos e mais recentemente, a crise decorrente da Covid-19. Esta exposição centra-se nos últimos três anos de produção artística, inspirados na mitologia da antiguidade em tensões com os conflitos contemporâneos.
2. Morder o Pó de Fernão Cruz no Museu Gulbenkian
Destacada pelo jornal Expresso como uma das melhores de 2021, esta exibição individual das obras de Fernão Cruz inaugurou a 24 de setembro na galeria de exposições temporárias do Museu Gulbenkian, reunindo uma seleção de 30 obras inéditas, criadas pelo artista especificamente para este projeto, com curadoria de Leonor Nazaré. Com entrada gratuita, encontra-se em exibição até 17 de janeiro de 2022.
3. Vida e Obra de Frida Kahlo no Teatro Instante
Entre 2 de dezembro a 1 de abril, estará em exibição uma instalação sonora e visual em homenagem à pintora mexicana Frida Kahlo. Uma experiência audiovisual que reúne mais de uma centena de obras plásticas, literárias e fotográficas, que tem como objetivo mostrar ao público as obras de Frida Kahlo, como os seus famosos autorretratos La venada herida (A cerva ferida) e o dedicado ao Doutor Eloesser, assim como outras obras menos conhecidas, como El suicidio de Dorothy Hale (O suicídio de Dorothy Hale) ou Lo que el agua me dio (O que a água me deu). Esta experiência imersiva está organizada em torno de três grandes áreas temáticas: um paralelismo entre a obra da artista e os testemunhos dos seus contemporâneos, a faceta mais íntima, nas raízes e nas amizades da artista e no traumático acidente que a fez renascer como pintora, e por fim, uma recriação da Casa Azul, onde Frida Kahlo nasceu e viveu até à data do seu falecimento. O compositor e pianista Arturo Cardelús, nomeado aos prémios Goya, compôs uma banda sonora original especialmente para esta exposição.
4. La Máquina Magritte no Museu Nacional Thyssen-Bornemisza
O Museu Nacional Thyssen-Bornemisza acolhe a primeira mostra retrospectiva organizada em Madrid dedicada à obra do pintor surrealista René Magritte. As imagens provocadoras de René Magritte pretendiam mudar a percepção pré-condicionada da realidade, forçando o observador a tornar-se hipersensível ao seu entorno. Esta exposição reúne cerca de 70 obras, incluindo pinturas e obras em papel, junto com uma seleção de fotografias e filmes - que se encontra estruturada em torno de seis elementos da sua obra: a silhueta, a janela, o mecanismo que altera o tamanho e o peso, o mimetismo, que permite camuflar-se no entorno, e a máscara, que suprime e projeta o rosto.
5. Women in Abstraction no Museu Guggenheim em Bilbao
Esta exibição demonstra as contribuições feitas por “mulheres artistas” à abstração no século XX, até cerca da década de 1980, com algumas incursões originais no século XIX. A ideia é destacar os momentos decisivos da história, ao mesmo tempo que questiona os cânones da abstração. A exposição revela, assim, o processo de invisibilização que marcou a obra destas artistas, sem deixar de apresentar os seus posicionamentos, com todas as suas complexidades e paradoxos. Muitos destas artistas adotaram uma identidade sem género, enquanto outros reivindicaram uma arte “feminina”.