De acordo com a Fundação Calouste Gulbenkian, em comunicado, o renovado edifício do Centro de Arte Moderna (CAM) - um projeto do arquiteto Kengo Kuma, enquadrado pelo novo jardim desenhado pelo paisagista Vladimir Djurovic - irá reabrir portas ao público com um projeto da artista visual Leonor Antunes, a exposição "Linha de Maré" e uma outra dedicada ao artista Fernando Lemos (1926-2019).
O programa de abertura, em setembro, incluirá a exposição "Linha de Maré", que apresentará mais de 90 obras de diferentes tipologias artísticas - a maioria das quais inspiradas pelo 25 de Abril de 1974 - uma exposição do artista plástico, fotógrafo e 'designer' Fernando Lemos que mostrará a relação da sua obra com o Japão, bem como uma programação de artes performativas com a duração de três dias.
A exposição de Leonor Antunes será apresentada na galeria principal do CAM, "com uma instalação imersiva que responde à especificidade arquitetónica do edifício, num projeto intitulado 'Da desigualdade constante dos dias de Leonor'", que pretende "questionar a invisibilidade das mulheres no cânone da história da arte moderna", como, por exemplo, o trabalho quase desconhecido de Sadie Speight, arquiteta e 'designer' britânica que contribuiu para o primeiro projeto de arquitetura do CAM, concebido na década de 1980.
A exposição incluirá também obras da coleção do CAM de artistas mulheres, desde os anos 1960 até à atualidade, escolhidas por Leonor Antunes, "uma apresentação que dá início a uma nova forma de pensar e expor a coleção, convidando artistas para fazerem a curadoria das obras do seu acervo", indicou a fundação.
A exposição do artista luso-brasileiro Fernando Lemos irá explorar a sua relação com o Japão nos anos 1960, quando o artista recebeu uma bolsa da Gulbenkian para estudar caligrafia japonesa e aprender técnicas de fotografia. Os seus desenhos e fotografias serão apresentados, a par de peças de outros artistas da coleção do CAM e de gravuras japonesas da Coleção do Museu Gulbenkian.
Na sequência da aquisição de dois hectares de terreno para alargar o espaço da Gulbenkian para sul, o projeto de renovação do CAM cria uma zona de entrada na instituição, alterando o acesso ao edifício, que passa a fazer-se através de um novo jardim e de uma entrada pela Rua Marquês de Fronteira, indicou a Fundação.