Conta-nos como começou a tua carreira como artista plástico.
A minha carreira artística começou no secundário quando eu e outros colegas começamos a organizar exposições coletivas para mostrar os nossos trabalhos. Ganhei o gosto pela pintura nas aulas que tinha na cadeira de oficina de artes. E acabei por criar uma rotina em casa de pintar regularmente. Ajudou-me a refletir como via as coisas na altura e serviu também de escape para minha situação pessoal e familiar. Com o andar do tempo comecei a participar em concursos e mostras à procura de um reconhecimento pelo meu trabalho.
De que forma descreves a tua abordagem artística?
Posso descrever a minha abordagem artística como o instrumento de ocupação mental e sentimental, uma forma de expressar o que vejo no mundo que me rodeia e os seus elementos como fragmentos duma maior e grandiosa composição. Gentes e objetos imiscuídos de forma entrópica. Tenho em mim uma sensibilidade própria de observar teimosamente o espaço que me rodeia. É algo que não consigo controlar e por isso tenho a necessidade de expressar de alguma maneira. Encontrei na pintura…
Como funciona o teu processo criativo? O que procuras expressar nas tuas obras?
O processo criativo passa por registar pessoas, objetos e locais através de fotografia, livros, revistas, no fundo tudo o que cativa a minha identificação visual com a vida. De seguida, essa recolha passa por um tratamento gráfico. Após ter a base linear do que visualizo expresso em suporte digital, passo para a fase seguinte onde preparo uma tela: começo por pintar um fundo da tela de forma livre e quase “rude” para depois, transpor a base linear preparada graficamente. Consigo assim, unificar duas componentes estéticas de forma harmoniosa.
Como enfrentas os desafios criativos no teu trabalho e como manténs a tua motivação?
Os desafios para mim no meu trabalho artístico, são encarados da mesma forma como qualquer outro desafio do dia a dia. De forma pensada, cuidada e verdadeira. E a motivação que me mantém é o sentimento continuou que me tem acompanho na minha vida artística. O prazer de alienação da consciência de limites e razão. Na verdade a pintura motiva-me a viver intensamente e viver motiva-me a pintar.
Quais são os artistas que te inspiram?
Vincent Van Gogh, Salvador Dali, Jean-Michel Basquiat Monet, Miro Francis Bacon entre outros mas, a verdadeira resposta é Tudo e todos inspiram-me!
Tens algum projeto ou trabalho mais recente que gostarias de partilhar?
Tenho algumas experiências de pintura com colagens que ainda não revelei publicamente.
Tens algum conselho que queiras partilhar com os jovens que estão a dar os primeiros passos no mundo das artes?
Diria para levar o mundo da arte com respeito pela sua importância como expressão pessoal. Abertura, amor, persistência e dedicação são importantes para o seu desenvolvimento e notoriedade. Mas acima de tudo a arte tem de te dar prazer.
Por fim, qual é o artista com quem sonhas trabalhar um dia?
Infelizmente com quem sonhava trabalhar já morreu. Mas vivo seria Jeremy Geddes.