Artistas que se inspiram nos Oceanos
O Dia Mundial dos Oceanos é celebrado a 8 de junho, para relembrar a importância destes na vida quotidiana de todos nós. Anualmente há um tema central, escolhido de forma a debater as novas ideias de projetos de preservação e proteção dos oceanos. De Monet a Katsushika Hokusai, inúmeros artistas criaram obras sobre os grandes oceanos deste mundo. Estas pela sua extraordinária relevância tornaram-se verdadeiras referências na história da arte. Descubra neste artigo uma seleção de artistas que se inspiram nesta temática para a construção das suas obras.
Numa constante investigação sobre as questões da percepção, Noronha da Costa apresentou diversas obras sobre a paisagem, incluindo do mar, ao longo da sua carreira artística. Estas peças procuram proporcionar ao espectador uma experiência poética entre o real, a multiplicação e o desfoque. O mar recordava o artista das suas vivências em criança, tendo continuamente representado nas suas obras as memórias deste, exaltando-o praticamente como uma figura romântica. Este é o caso da obra Marinhas, na qual encontram-se doze fotografias que registam o confronto e o contacto constante entre o terrestre e o marítimo. Metade das fotografias são exibidas focadas e a outra parte desfocadas, despertando interrogações sobre a duplicidade e a própria percepção do espectador.
Marinhas de Noronha da Costa
O objeto e a sua transformação é o elemento central na prática artística de Regina Gimenez. Através de elementos que remetem à ideia de solidão e da procura de um local desconhecido, como barcos, faróis, globos e mapas, a artista espanhola constrói peças que nos convidam a questionar a realidade por meio de metáforas. Na obra Mares é concebida uma imagem com elementos de apoio, ou seja, texto, de forma a abrir um diálogo sobre a transformação dos objetos. Os grandes mares são retratados num pequeno espaço levando o espectador a questionar o sentido que fabricamos sobre estes.
Mares de Regina Gimenez
Numa construção entre mapas e memórias, Amélie Ducommun apresenta de forma abstrata uma perspectiva particular da harmonia dos mares. Deixando-se levar pela natureza, a artista expressa na superfície das telas as suas emoções, pensamentos, memórias, em sucessivas camadas, transformando as suas pinturas num cruzamento de antigas e novas ideias. O conjunto de obras Water mapping pronuncia-se sobre a natureza, em particular a água. Amélie Ducommun mergulha na sua imaginação, nos movimentos e ruídos do mar para criar este deslumbrante conjunto de obras que mapeiam a superfície da água.
Water mapping de Amélie Ducommun
Ernani Oliveira expressa as suas emoções artísticas com belas paisagens, que combinam o realismo com a geometria. Na seleção de obras disponíveis na P55 denota-se o entusiasmo do artista pela praia da Costa Nova, ao exibir várias perspectivas desta. De forma individual e única apresenta o seu encanto e os seus traços, facilmente reconhecidos por quem já passeou por esta costa. Ernani Oliveira conta nas suas peças a história desta terra, de um modo peculiar e dinâmico, ao capturar os traços dos pescadores, do farol e das casas com cores distintas e variadas.
Costa Nova de Ernani Oliveira
Dedicado à paisagem, Carlos Martins Pereira exprime as suas vivências, a partir de harmoniosas pinturas sobre o mar. A leveza das pinceladas e a seleção de pigmentos, elevada a sensibilidade das suas obras. Mar da Palha II é uma paisagem pura, que retrata de forma poética, a ligação entre o mar e o céu, numa hora indefinida do dia. Num equilíbrio de elementos, é explorada as possibilidades de cor, textura e padrão, de modo a expressar a própria visão pessoal do artista sobre uma memória.
Numa aventura pela busca de belas paisagens, Júlio Capela tem retratado a harmonia e o sublime das memórias dos locais que visita, de uma forma distinta, devido aos diversos meios que utiliza nas suas criações. De acrílico à aguarela passando pelo grafite, o artista emprega variados pigmentos que tornam as suas pinturas apelativas e vibrantes. Este é o caso da obra Paisagem constituída por diversas cores que oferecem uma nova perspectiva sobre cada área da peça. Júlio Capela apresenta três paisagem díspares que são envolvidas num círculo. Assim, de forma singela conta a história da paisagem, demonstrando as suas particularidades de forma sossegada e encantadora, num jogo entre os pigmentos, a sombra e a luz.
Paisagem de Júlio Capela
Com uma estética própria, Mota Urgeiro pinta paisagens graciosas que despertam as peculiaridades de cada local retratado. Estas atraem especialmente o observador pela sua placidez e sossego, sobre locais acolhedores e carregados de inspiração. Na obra Praia da Ericeira com Hotel observa-se um grande plano sobre a costa e o mar. A natureza é o principal protagonista desta admirável paisagem que nos convida a percorrê-la com o olhar, de modo a entrar na continuidade do espaço desta atmosfera subtil e quente. As pinceladas repletas de cores dão as dimensões necessárias para a formação do mar, das plantas e das casas. Denota-se uma preponderância para caracterizar mais as formas do que os detalhes, nas exuberantes camadas de pigmento criadas. Uma sublime paisagem que expressa a visão pessoal do artista sobre um espaço outrora visitou.