Romances na História da Arte
A História da Arte encontra-se cheia de romances sejam nas suas pinturas, seja na vida real com a união dos próprios artistas. Passageiros ou amores eternos, a arte uniu diversos casais. Estes conseguiram inspirar-se mutuamente fazendo florescer novas criações. Quais foram as obras que criaram? Como surgiram estas relações? Descubra neste artigo cinco casais que marcaram a História da Arte pela sua criatividade e dinâmica conjunta.
Marina Abramovic and Ulay
Pioneiros na arte performativa, Marina Abramovic and Ulay, estabeleceram os limites entre a vida e a arte. Os seus corpos foram os elementos essenciais para os seus trabalhos que exploravam os limites físicos e mentais em situações reais de sofrimento. Na performance “AAA-AAA” (1978), o casal sentou-se frente a frente enquanto gritavam constantemente aumentando o tom até um deles desmaiar. O casal permaneceu a viver e trabalhar entre 1976 até 1988, acabando a relação com a obra de arte final “Lovers” (1988), na qual cada um deles começou a caminhar em lados opostos da Grande Muralha da China, até chegarem a encontraram-se passado 90 dias. Outras performances extremamente conhecidas é “Rest Energy” (1980), Marina e Ulay puxavam cada um, uma das extremidades de um arco, com Ulay a segurar uma seta apontada ao coração de Marina, demonstrando assim a analogias da paixão, tensão, conexão física e resistência que uma relação romântica implica. Após várias décadas separados, os artistas encontram-se na performance "The Artist Is Present" (2010) no MoMA, na qual os dois compartilharam um minuto de silêncio.
Marina Abramovic and Ulay
Dora Maar e Pablo Picasso
Pablo Picasso e Dora Maar tiveram uma relação intensa durante nove anos, enquanto que o pintor continuava casado com Marie-Thérère Walter. A fotógrafa documentou o processo criativo de Guernica e inspirou a famosa pintura “A Mulher que Chora”. A vida de Dora foi focada em Pablo Picasso, tendo o acompanhado em diversas viagens até o pintor a ter abandonado por Françoise Gillot, no final da década de 1940.
Pablo Picasso e Dora Maar
Salvador Dalí e Gala
Em 1929, Salvador Dalí conheceu a sua eterna musa, Gala. Quando se conheceram, na casa de Cadaqués do artista surrealista, Elena Diakonova (Gala) ainda se encontrava casada com Paul Eluard. A intensa paixão entre os dois, levou ao divorcio de Gala com Paul Eluard. Até ao fim dos seus dias, Gala foi companheira e musa do artista surrealista, tendo o apoiado no seu trabalho e noutras relações extraconjugais.
Salvador Dalí e Gala
Frida Kahlo e Diego Rivera
O amor à arte e as crenças políticas e culturais, uniram Frida Kahlo e Diego Rivera. Em 1929, casaram-se e posteriormente realizaram várias exposições nos Estados Unidos, encontrando-se com alguns dos maiores artistas desta altura, como Picasso, Breton ou Kandinsky. Após Diego Rivera ter tido um caso amoroso com a cunhada, o casal divorciou-se. Contudo, em 1940 casaram-se de novo e permaneceram juntos até à morte de Frida Kahlo em 1954.
Frida Kahlo e Diego Rivera
Gilbert & George
Gilbert e George conheceram-se na década 1960 na St Martin’s School of Art. Desde essa altura que vivem e trabalham juntos. As suas obras inspiradas no cenário em East End de Londresabord - onde vivem e trabalham - questionam as convenções artísticas e tabus sociais. De placas de rua a árvores Ginkgo, de pastilhas elásticas na calçada a paisagens da decadência urbana, as suas obras são um retrato contínuo do nosso mundo, uma reflexão sobre a condição humana e as suas crenças sobre o propósito da arte no nosso futuro. Gilbert & George continuam a debater, através das suas obras questões fundamentais da existência como a morte, esperança, vida, medo, sexo, dinheiro, raça e religião.
“All of these artworks that we do are disturbing… we disturb the liberals inside the bigots and the bigots inside the liberals.” - Gilbert
Gilbert & George