Jean-Michel Basquiat também conhecido como “SAMO” foi um artista de rua americano que dignificou a existência das minorias étnicas a traves da sua arte.
Na sua vida Basquiat alcançou uma notoriedade notável, convertendo-se num protótipo de génio artístico excêntrico e controverso, entregando-se às artes com rebeldia, mas também ao dinheiro, à fama e ao poder.
Origens
As origens de Basquiat encontram-se em Nova York em 1960, sendo capital mundial do Expressionismo Abstracto e uma das sedes da arte e cultura mais poderosas do momento. Assim se demonstrou na Exposição Universal da Feira Mundial de Nova York em 1964 ou o crescimento cultural do bairro de Greenwich Village, que acabou por se tornar no famoso distrito do Soho em 1973.
Basquiat, ainda que filho do seu tempo, nasceu numa família multicultural, mas também pouco estruturada. O seu pai era contabilista e de origem Haitiana, e a mãe designer gráfica nascida em Porto Rico.
O divorcio dos pais foi seguramente o primeiro elemento de instabilidade a vida de Basquiat.
Ainda que Basquiat tenha dado sinais de ser um rapaz superdotado, e que por esse motivo tenha estudado numa escola de educação especial, foi expulso da vida académica antes de se graduar. A rebeldia inata de Basquiat, levou-o a juntar-se a diferentes gangues depois de abandonar a residência familiar, motivo pelo qual acabou deambulando nas ruas da baixa de Manhattan durante dois anos.
Mergulhando na subcultura nova-iorquina, ou melhor dizendo na cultura underground, Basquiat soube aproveitar a oportunidade e começou a vender postais, e a fazer T-shirts para posteriormente as vender.
Primeiros Projectos Artísticos
Juntamente com as actividades anteriormente mencionadas, Basquiat ficou paralelamente submerso no mundo das drogas e da arte do graffiti. Os anos iam passando e Basquiat deixou-se arrastar, deambulando por estações de metro e realizando os seus primeiros projectos artísticos, em forma de graffiti pela baixa de Manhattan.
Fruto da ambição individual e de uma inegável visão, Basquiat teve a necessidade de querer atingir outros objectivos conforme se aproximavam os últimos anos da década dos anos 70. Isto provocaria que Basquiat se aproximasse da zona do bairro do Soho, onde abundavam as galerias de arte e assim expor as suas obras no seu meio urbano.
Aparecem graffitis e mensagens assinadas por SAMO, como “SAMO save idiots” (SAMO salva os idiotas) “Life is confusing at this point” (A vida é confusa neste momento) ou “SAMO is a product of overexposure” (SAMO é um produto da sobreexposição). A década de 70 em Nova York proporcionou a abertura a todas as formas de manifestação contra cultural possíveis, assim como o movimento dos direitos civis e as mudanças na política migratória, convertendo a cidade num grande ponto de encontro de diferentes culturas.
Nasce uma lenda
Como se Basquiat soubesse o caminho o certo, o artista decide pôr fim ao seu alter ego SAMO e começa a trabalhar sobre suportes mais tradicionais, como as telas.
Agora que “SAMO está morto” Basquiat explora a estética do expressionismo abstracto e absorve a influencia da arte primitiva, recorrendo á sua ascendência afroamericana como fonte de inspiração.
Tudo isto conduz Basquiat à entrada da década de 80, a ser bastante reconhecido pelo mundo artístico nova-iorquino ao ponto de renunciar à sua identidade afroamericana para tornar-se num genuíno cidadão americano. Warhol, o fundador da Arte Pop, torna-se o protector pessoal do “menino selvagem” enquanto Nova York se agita perante os crescentes índices de criminalidade, narcotráfico e tensões raciais.
Basquiat, aos 25 anos tinha-se impulsionado ao êxito de uma forma precoce.
Uma nova religião à venda
As obras de Basquiat ainda são altamente valorizadas no mercado da arte, mas porque é que o seu êxito sobreviveu tanto tempo?
Pelo que a marca “SAMO/ Basquiat” implica.
Basquiat foi aperfeiçoando um estilo e uma filosofia de vida desde muito cedo, até definir a última através de SAMO: “SAMO encarrega-se de retratar uma nova forma de arte, pondo fim à lavagem cerebral, à política e à falsa filosofia. SAMO salva os idiotas e põe fim ao falso pseudo-intelectual, SAMO como fim da arte como jogo. SAMO como uma alternativa á arte como jogo com a seita do radical chic com o dinheiro do pai”.
Sem dúvida, SAMO estava a criar uma nova religião anti hipócritas e anti materialista que acabaria por se converter, como toda a Pop Arte, no produto estrela da sociedade de consumo americana.
A sua fama acabou por superar a arte.
A morte de Basquiat
Apesar de ter tido uma vida realmente completa e carregada de altos e baixos Basquiat ficou na história como um autêntico ícone Pop juvenil e como o artista visual mais importante da história afroamericana.
Talvez a sua habilidade para se autopromover dentro da astuta selecção de contactos sociais ajudaram-no a consegui-lo, mas a verdade é que Basquiat também foi um grande artista. Tanto o alter ego SAMO como Basquiat passaram para a história da arte e para o arquivo dos artistas malditos como figuras de referência obrigatória.
Assim como o nascimento de SAMO acrónimo de “SAME old shit” fazendo referência á marijuana, como a morte de Basquiat aos 27 anos, estiveram conectadas com as drogas. O vício e o consumo de heroína acabaram prematuramente com a sua vida e a sua carreira artística.
Obras representativas
Hoje os quadros de Basquiat podem valer até 15 milhões de dólares. Sem contar com os graffitis da baixa de Manhattan e no Soho anteriormente mencionados, destacam-se particularmente alguns quadros de conteúdo religioso como Philistines (1982) o quadro com o símbolo de uma coroa que transcenderá a obra de Basquiat para então se converter na sua marca pessoal com a obra Crown (1983) ou aquele que reflecte o êxito nacional do menino selvagem da arte em In Italian (1983).
Basquiat deixa um permanente desenvolvimento da cultura do seu tempo. Como na obra Notary (1983), Hollywood Africans (1983), Horn Players (1983) e DustHeads (1982).
Basquiat na P55
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