Edição na Arte
Uma edição é uma cópia ou réplica de uma obra de arte, a partir de um mestre. Geralmente refere-se a uma série de impressões ou impressões idênticas feitas na mesma superfície de impressão, mas também pode ser aplicado a séries de escultura, fotografia e vídeo.
Serigrafia, gravura, litografia: Qual é a diferença? O que quer significar P.A, AP ou EA?
Desde o final do século XIX, o número de impressões produzidas, a partir de uma única placa ou superfície de impressão tem sido geralmente restrito e declarado como uma 'edição limitada'. Antes disso, muitas vezes as impressões eram produzidas em tantos números quanto o processo permitia. Várias foram as técnicas de impressão utilizadas pelos artistas: — Gravura: Técnicas artísticas utilizadas para produzir imagens através de suportes como madeira, pedra, placas, entre outros. — Litografia: Obra gráfica que envolve a criação de desenhos sobre pedra calcária com um lápis com gordura. — Xilogravura: Gravura de um desenho com madeira sobre papel ou outro suporte adequado. — Serigrafia: Processo de impressão na qual a tinta é transferida para o papel ou outro suporte através de pressão.
As impressões dos artistas modernos geralmente são limitadas a um número específico, algo entre 2 e 1.000 ou mais. Às vezes, a quantidade é ditada pelo processo – a chapa se desgasta – mas, normalmente, é restringida pelo artista ou editor. No final, superfície de impressão costuma ser destruída. Impressões editadas são geralmente assinadas, numeradas e muitas vezes datadas pelo artista. Uma edição de vinte e cinco será numerada 1/25, 2/25, etc. Prova do Artista, Artist’s Proof ou Epreuve d’artiste é identificável normalmente na parte inferior da obra pelas siglas P.A, AP ou EA. Outrora consideradas as melhores impressões da edição de uma obra, atualmente possuem relevância devido à sua raridade. Estas são geralmente acompanhadas por um número de provas impressas, idênticas à edição; os produzidos para o artista são marcados 'AP' (prova do artista), aqueles para a impressora ou editora 'PP' (prova da impressora). Várias provas de trabalho também podem ser feitas. As provas 'bon à tirer' (bom para imprimir) fornecem um padrão para guiar o impressor. Hors Commerce (HC) são Impressões raras e com maior valor por pertencerem normalmente ao artista e permitem que seja possível a impressão de outras.
Na P55.ART temos diversos artistas que criaram séries de impressões geralmente com um número específico e limitado. Um dos principais artistas do movimento da arte urbana (street art), Alexandre Farto, mais conhecido como Vhils, trouxe o seu estilo de esculpir em grande escala rostos de figuras anónimas, para a técnica da serigrafia. Vhils tornou-se um fenómeno internacionalmente, principalmente pelos seus trabalhos murais no espaço público, mas também através das várias edições das suas obras. Tanto na rua, como em papel, as suas peças expressam e refletem temas atuais do panorama artístico, como a identidade, a representação, a efemeridade e a vivência do indivíduo na sociedade de consumo.
O artista português Manuel Cargaleiro também criou uma linguagem marcante no mundo artístico pela combinação da cerâmica e da pintura, através de jogos entre cor, luz e sombra. As suas obras, seja em pintura ou serigrafia, são fortemente caracterizadas pelo recurso à geometria e à linguagem abstrata, tendencialmente não-figurativa. As pinceladas espontâneas e dinâmicas com cores vibrantes, sobrepõem-se à forma, reduzindo a formalidade que caracteriza os elementos geométricos. Denota-se a influência do azulejo tradicional português, pela repetição dos quadriláteros e o uso de cores como azul e branco.
Tanto na pintura, como na obra gráfica, Vieira da Silva representou uma abordagem única, menos gestual e mais geométrica do que o estilo Art Informel. A artista portuguesa fundiu os seus primeiros estudos com o cubista francês Fernand Léger com outros estilos modernos, como o futurismo e o construtivismo, para criar pinturas que se assemelhavam a grades urbanas abstratas e uniam múltiplas perspectivas num senso de espaço fracturado. Em composições abstratas, Maria Helena Vieira da Silva envolveu a sua obra numa poesia de cores e formas, inspiradas nas grandes cidades. Introduzindo nas suas obras elementos expressivos, profundos e ambíguos,
Paula Rego ganhou o reconhecimento como uma das maiores artistas do nosso tempo, a nível nacional e internacional. Do abstracionismo ao conceptualismo, as suas peças inserem-se num campo figurativo próprio: «o belo grotesco». Em composições surreais com uma crueldade - tanto subtil quanto explícita - a artista portuguesa demonstra o seu próprio imaginário, a brutalidade dos contos populares portugueses, as relações familiares disfuncionais, os sistemas políticos e estruturas sociais.
Outras técnicas artísticas com edição
Esculturas fundidas, feitas a partir de objetos encontrados ou manufaturadas à máquina, fotografia, filmes ou vídeos e livros de artista tem edições, pois os processos usados para cria-los permitem que as cópias sejam feitas com relativa facilidade. As edições geralmente são produzidas após a obra-prima original e feitas em lotes de um tamanho definido. São frequentemente assinados ou sancionados pelo artista, embora também possam ser produzidos após a morte do artista.
O artista português Noronha da Costa criou várias edições com fotografias assinadas que pode descobrir na P55.ART. Destacou-se no panorama artístico pelo estudo constante sobre a imagem e a perceção. A produção artística de Noronha Costa foi marcada pelo questionamento da perceção, existindo sempre as dualidades, entre real ou virtual, duplicação ou desfoque. Além da pintura e serigrafia, também executou trabalhos artísticos ao nível do cinema experimental. Descubra mais artistas que utilizaram diversas técnicas em P55.ART.