Já se perguntou o que as outras pessoas estão comprar para as suas coleções de arte pessoais? Embora os seus gostos possam ser diferentes, ver o que os outros estão comprar pode ajudá-lo a descobrir novos artistas cujas obras talvez não tivesse considerado.
Abaixo, conheça 6 artistas — três consagrados e três emergentes — que provaram ser os favoritos dos nossos colecionadores. Para mais ideias, pesquisa nos novos trabalhos e entre em contato com nossos para que possamos ajudar a encontrar trabalhos semelhantes ao seu orçamento.
José de Guimarães
Conhecido pelo nome da cidade onde nasceu, José de Guimarães (1939) é uma figura da arte portuguesa, que explorou diversas áreas desde as artes plásticas, passando pela geologia, engenharia até à arqueologia. As viagens à África, Ásia e América do Sul marcaram a sua carreira pela estimulação e desenvolvimento de uma linguagem estética. No final da década de 1970, construiu um alfabeto baseado nas formas e símbolos da cultura africana, introduzindo este nas suas obras. Na década de 1980 começou a explorar os limites entre a pintura e escultura, com peças produzidas com materiais pouco convencionais - fibra de vidro e um papel especificamente fabricado pelo próprio artista. Com cores fortes e alegres, as suas obras caracterizam-se pelo cruzamento de temáticas entre animal e humano, o mineral e o vegetal. Durante décadas o artista português colecionou arte africana, pré-colombiana e arte antiga chinesa que se encontra atualmente em exposição no CIAJG - Centro Internacional de Artes José de Guimarães.
Júlio Pomar
Em constante movimento e criação, Júlio Pomar (1926-2018) é um dos artistas portugueses mais conceituados do século XX. Durante o seu longo percurso criativo abordou nos seus trabalhos questões e temáticas como: o protesto, o erotismo, o fado, a tourada, a literatura, a mitologia, os índios Xingu do Brasil, D. Quixote, retratos e animais. Pertencente à terceira geração de modernistas, Júlio Pomar é um artista com obras que vão desde o neo-realismo ao expressionismo, passando pelo abstracionismo. Produziu, maioritariamente, pinturas e desenhos, mas também realizou trabalhos de gravura, escultura, ilustração, cerâmica, vidro, tapeçaria, colagens, cenografia para teatro e decoração mural em azulejo. Nos últimos anos de vida, dedicou-se também à poesia e à música.
Vhils
Um dos principais artistas do movimento da arte urbana (street art), Alexandre Farto (1987), mais conhecido como Vhils, continua a evoluir e a impulsionar o seu estilo ao esculpir em grande escala rostos de figuras anónimas, de forma a revelar as camadas inferiores ocultas e a fragilidade do espaço urbano. Surgiu na cena artística em 2008, ao criar uma revolução, através da sua prática artística inovadora, na qual a destruição é uma forma de construção. Vhils tornou-se um fenómeno internacionalmente, principalmente pelos seus trabalhos murais no espaço público, homenageando José Saramago, Zeca Afonso, entre outros. O espaço onde cresceu, Seixal, um subúrbio industrializado do outro lado do rio de Lisboa (Portugal), influenciou profundamente a sua prática pelas transformações provocadas pelo intenso desenvolvimento urbano, nas décadas de 1980 e 1990. Tal como Bordalo II, Banksy e Jean-Michel Basquiat, foi nas ruas que se formou a base para a sua produção artística inicial, acabando por projetar as suas percepções do mundo exterior por meio dos seus atos criativos. Costuma esculpir os rostos nos espaços públicos - na lateral de edifícios - com uma variedade de ferramentas e materiais que podem deixar uma marca ou remover materiais, incluindo martelos, brocas, ácido de gravação, alvejante e explosivos. Além de escultura mural, também tem vindo a explorar outros meios como a serigrafia, a instalação, nfts e outros suportes, como cartazes publicitários, portas de madeira e placas de metal que recolhe das ruas. Obras de Vhils como “Open Walls Baltimore 1”, “POW! WOW! Hawaii 2014 - King Lunalilo Mural” e “Dusk” refletem temas atuais do panorama artístico, como a identidade, a representação, a efemeridade e a vivência do indivíduo na sociedade de consumo.
Joana Duarte
As composições de Joana Duarte (Vila Franca de Xira, 1999) descrevem as linhas essenciais da pintura: cor, forma, textura e movimento. Nas suas obras com grandes influências abstratas, são utilizados poucos elementos com limites indefinidos que criam interessantes relações cromáticas de grande subtileza. As manchas de cor presentes na sua pintura oferecem ao espectador uma porta para as emoções cruas e para o imaterial, ao explorar preferencialmente as qualidades tácteis e os efeitos sensíveis da cor. Desde criança que se interessou pelo mundo das artes plásticas, e quando chegou ao ensino secundário frequentou a escola Artística António Arroio em Lisboa, formando-se em produção artística. Posteriormente, licenciou-se em pintura pela Faculdade de Belas-Artes de Lisboa. Neste momento, está a tirar uma pós-graduação em curadoria de arte na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, na Universidade Nova de Lisboa. Simultaneamente, trabalha como artista freelancer e expõe o seu trabalho em exposições coletivas e individuais, destacando-se a exposição Prémio Paula Rego 2018 e a Bienal de Desenho de Almada de 2020.
Ana Pais Oliveira
Ana Pais Oliveira (1982, Vila Nova de Gaia) vive e trabalha em Espinho. É licenciada em Artes Plásticas – Pintura pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade do Porto (2005) e doutoranda em Arte e Design – Pintura pela mesma faculdade (2015), com o projeto A cor entre o espaço pictórico e o espaço arquitetónico: processos relacionais nas práticas artísticas contemporâneas. Obteve a Certificação de Mérito por ter obtido a melhor classificação do Curso de 3.º Ciclo em Arte e Design, no ano letivo 2015/2016. É artista residente no FACE – Fórum de Arte e Cultura de Espinho, onde tem o seu atelier e colabora em diversas iniciativas, desde abril de 2016. É membro colaborador do núcleo de investigação em Arte e Design no Instituto de Investigação em Arte, Design e Sociedade e integrou o projeto de investigação Bases Conceptuais da Investigação em Pintura (2014-2019). Foi bolseira da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) entre 2011 e 2015. É também membro do AIC Study Group on Environmental Colour Design e da APcor – Associação Portuguesa da Cor. Fez parte da seleção portuguesa para a Bienal Jovem Criação Europeia 2013/2015, itinerante por nove países europeus, foi selecionada para a XV Convocatória da Galeria Luis Adelantado em Valencia (2013) e venceu o Kunstpreis Young Art Award <33 [colour] da Galeria Art Forum Ute Barth em Zurique, Suíça, onde expôs individualmente no Verão de 2014. Foi também selecionada para a longlist do Solo Award 2016 / London Art Fair 2017, promovido pela Wilson Williams Contemporary Art Gallery, Londres, para o Prêmio de Pintura Fundação Focus-Abengoa 2017, Sevilha e para a longlist do conhecido Jackson’s Painting Prize 2021 (400 entre 8674 candidaturas a nível mundial). A sua pintura Ar livre #2 foi selecionada para impressão e apresentação no Munsell Centennial Color Symposium no Massachusetts College of Art and Design em Boston (10-15 Junho 2018) e na edição especial do Journal Color Research and Applications. Foi também convidada pelo grupo Desistart para desenhar uma coleção de tapetes de luxo, Perspectives Collection, que foi apresentada pela primeira vez na Maison & Objet 2019, em Paris, e no The Hotel Show Dubai, no Dubai World Trade Centre, Maio de 2021. Foi convidada pelo Vinha Boutique Hotel, hotel de luxo no Porto, para fazer uma obra site specific de 200x500cm, instalada no seu lobby principal.
Venceu o 1º Prémio no XLIX Concurso Internacional de Pintura Homenaje a Rafael Zabaleta, Quesada, Jaén, Espanha. Obteve o Prémio Aquisição dos Amigos da Biblioteca-Museu de Amarante na 9ª Edição do Prémio Amadeo de Souza-Cardoso (2013), o 1º Prémio Aveiro Jovem Criador (2009), o 1º Prémio Engenho e Arte (2009), o 3º Prémio no 1º Prémio Jovem de Artes Plásticas da Figueira da Foz (2009), o 1º Prémio Arte XXI 10 (2009) e o 1º Prémio Eixo Atlântico na VIII Bienal Eixo Atlântico do Noroeste Peninsular (2008), entre outros prémios e menções honrosas de pintura e artes plásticas. Expõe individual e coletivamente desde 2003, em Portugal, Espanha, Reino Unido, Itália, Suíça, França, Alemanha, Brasil, Holanda, Lituânia e Hungria.
Participa regularmente em conferências e seminários, tendo recentemente apresentado o seu trabalho em conferências em Génova, Newcastle, Valência, Lisboa, Monção e Porto. Foi elemento do júri da IX Bienal Eixo Atlântico do Noroeste Peninsular (2010), do XXI Encontro Internacional de Estátuas Vivas, Espinho (2017), da secção Short Animation e Experimental Film do FEST – New Directors, New Films Festival, Espinho, 2018 e de uma prova de mestrado na Faculdade de Belas-Artes da Universidade do Porto. Foi convidada para fazer a curadoria de duas exposições coletivas integradas na programação da 6ª Bienal Internacional de Arte de Espinho: Show me your face, no Centro Multimeios de Espinho e Paperwork, na Galeria da Junta de Freguesia de Espinho (Abril 2021).
A sua obra está representada nas coleções S&A, Porto, Museu Zabaleta, Quesada (Jaén, Espanha), Fundação Focus-Abengoa (Sevilha), Banco BPI, Eixo Atlântico, Casa da Cultura/Casa Barbot, Museu Municipal de Espinho, Museu Municipal de Amarante e várias coleções particulares.