O artista português Nadir Afonso (1920- 2013) foi pioneiro na abstração geométrica em Portugal, sendo uma figura fundamental para o modernismo deste país. Num período inicial de experimentação pictórica, através do figurativismo e da representação do real, percorreu uma estética surrealista que fez a passagem para o abstracionismo. Descobriu assim a sua atração pela pintura geométrica. O artista considerava que a arte, não era fruto da imaginação, mas da observação e manipulação da forma.
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O artista português Nadir Afonso (1920- 2013) foi pioneiro na abstração geométrica em Portugal, sendo uma figura fundamental para o modernismo deste país. Num período inicial de experimentação pictórica, através do figurativismo e da representação do real, percorreu uma estética surrealista que fez a passagem para o abstracionismo. Descobriu assim a sua atração pela pintura geométrica. O artista considerava que a arte, não era fruto da imaginação, mas da observação e manipulação da forma. Estudou Arquitectura na Escola Superior de Belas-Artes do Porto, tendo exercido trabalhos de arquitetura, colaborando com arquitetos como Le Corbusier e Oscar Niemeyer. Contudo, a sua paixão sempre foi a pintura. Nadir Afonso continuou a pintar, tendo se aproximando desta técnica por via de Dordio Gomes, pela participação nas exposições do Grupo dos Independentes, quer nas Missões Estéticas em Évora, sendo em 1940, a sua estreia a expor. Nadir Afonso é autor de uma obra singular, estruturada no contexto artístico internacional com consistente pioneirismo e um dos artistas de maior relevo da arte do século XX e XXI. Nadir Afonso defende na sua arte uma estética que pressupõe a relação das leis geométricas, leis universais que existem na Natureza indispensáveis ao alcance da harmonia, e a relação mutável das funções e necessidades que permitem determinar as leis evolutivas, não especificas da obra de arte. Este processo é sustentado pela reflexão e análise teórico-filosófica, de formulação própria e o consequente trabalho prático como fio condutor para uma metodologia racional. Durante a sua carreira artística teve vários períodos: primeira modernidade, período surrealista, período barroco, pré-geométrico, período egípcio, espacillimité, período ogival, período perspectivo, período antropomórfico, organicismo, período fractal e realismo geométrico. A sua produção artística é singular e fundamental para o estudo do modernismo em Portugal. Foi autor de importantes obras públicas como o projeto da Panificadora de Chaves (edifício de interesse municipal e uma das 100 obras mais significativas da arquitetura portuguesa do século 20), os painéis para a estação dos Restauradores do Metropolitano de Lisboa (1996), um painel de azulejos para a Estação Ferroviária de Coina (2006), realizou um painel de azulejos para os Paços do Concelho de Boticas (2009) e executou painéis em azulejo para o túnel de acesso à Praia em Cascais (2011). O pintor, que morreu em 2013, já não viu o Museu de Arte Contemporânea com o seu nome nascer na sua cidade natal e receber parte da sua obra. Inaugurado em 2016, localiza-se na margem direita do rio Tâmega, junto à Ponte de São Roque. É um espaço de fruição cultural de excelência, constituído por diversos espaços, salas de exposições temporárias e permanentes, auditório, arquivo, biblioteca e loja. Um espaço de características excecionais, moderno e único, para homenagear o génio do pintor flaviense Nadir Afonso.