O artista plástico português Noronha da Costa (1942-2020) destacou-se no panorama artístico da arte contemporânea pelo estudo constante sobre a imagem e a perceção. Luís Noronha da Costa nasceu em Lisboa, em 1942, no fatídico ano da Segunda Guerra Mundial. Formou-se em arquitetura na Escola Superior de Belas Artes, em Lisboa, tendo a sua primeira exposição com apenas 20 anos. A partir do final dos anos 1960 dedicou-se
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O artista plástico português Noronha da Costa (1942-2020) destacou-se no panorama artístico da arte contemporânea pelo estudo constante sobre a imagem e a perceção. Luís Noronha da Costa nasceu em Lisboa, em 1942, no fatídico ano da Segunda Guerra Mundial. Formou-se em arquitetura na Escola Superior de Belas Artes, em Lisboa, tendo a sua primeira exposição com apenas 20 anos. A partir do final dos anos 1960 dedicou-se em pleno à pintura. Inicialmente começou por explorar colagens e o “efeito-ecrâ” a partir de espelhos e vidros foscos. Ainda na década de 60, criou a sua emblemática técnica com a pistola de spray. A partir deste método, Noronha da Costa criou imagens que nos são próximas — no entanto, permanecem noutra divisão, dando-nos a perceção que existe um vidro fosco a dividir. Além da pintura, também executou trabalhos artísticos ao nível do cinema experimental. A produção artística de Noronha Costa foi marcada pelo questionamento da perceção, existindo sempre as dualidades, entre real ou virtual, duplicação ou desfoque. Entre os vários prémios e distinções foi o artista selecionado pela Secção Portuguesa da Associação Internacional dos Críticos da Arte (AICA), no ano de 1971. Em 1999 foi convidado a realizar a exposição inaugural do Museu de Arte Contemporânea de Serralves no Porto. No mesmo ano foi laureado com o “Prémio Europeu de Pintura” atribuído pelo Parlamento Europeu, tendo tido assim o merecido reconhecimento internacional. Em finais de 2003 é objeto de uma vasta Retrospetiva no Centro Cultural de Belém, apoiada pela publicação de uma extensa monografia intitulada “Noronha da Costa revisitado 1965-1983”, Edições Asa. No presente ano, 2012, foi-lhe atribuído o Título: Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, pela Presidência da República, no 10 de Junho. A sua obra faz parte de importantes coleções e instituições como o Banco Espírito Santo e o CAMJAP/Fundação Calouste Gulbenkian, fazendo também parte da Coleção do Palácio de Buckingham – em 1985 o presidente da República, general Ramalho Eanes ofereceu um quadro de Noronha da Costa a sua Majestade Isabel II, Rainha de Inglaterra, aquando da sua visita oficial a Portugal. A contribuição de Noronha da Costa à arte contemporânea é inestimável, e sua busca incansável pela exploração da percepção continua a influenciar e inspirar gerações de artistas e apreciadores de arte em todo o mundo. A sua obra, repleta de dualidades intrigantes e questionamentos ousados, permanece como um legado duradouro na história da arte.