Já tem planos para fevereiro? Para não perder as novidades do mundo artístico, a P55 reuniu para si uma lista de cinco exposições de arte que acontecerão durante o mês de fevereiro. Espreite este guia e descubra a proposta perfeita para si.
1."Ninguém. Só Eu" de Belén Uriel em Centro de Arte Oliva
Belén Uriel é uma das artistas cuja obra figura na próxima exposição do Centro de Arte Oliva que abre a 5 de Fevereiro - “Ninguém. Só Eu”: apresenta os resultados de uma residência coordenada por Antonia Gaeta em torno da exposição Jaime: “vi uma cadela minha com lobos”. Os artistas residentes são Ana Manso, Ana Santos, Belén Uriel, Francisca Carvalho, Jorge Queiróz, Mattia Denisse, Sérgio Carronha, Susanne Themlitz e Tropa Macaca. Experiência restrita; Descrições extensas; Complementaridade entre experiência e descrição; Imaginação e memória, eis as linhas de força que Antonia Gaeta propôs que os artistas atendessem.
2."Moldada na Escuridão" de Hugo Canoilas em Gulbenkian
Esta exposição individual apresenta uma instalação imersiva e sensorial que segue uma investigação sobre os fundos marinhos iniciada por Hugo Canoilas em 2020. O Centro de Arte Moderna convidou Hugo Canoilas a produzir um projeto especificamente para a galeria de exposições temporárias do Museu Calouste Gulbenkian. Hugo Canoilas prossegue uma investigação iniciada em 2020, em torno da vida nos fundos marinhos e nos ambientes «aquáticos», propondo uma instalação imersiva e sensorial habitada por criaturas, pinturas-esculturas nas quais a cor, as texturas, o orgânico e a fluidez lhes conferem uma qualidade quase alquímica, como se estas estivessem, sob o nosso olhar e presença, em plena metamorfose.
3.“Luvas Brancas” de Pedro Valdez Cardoso na Galeria Fernando Santos
A Galeria Fernando Santos foi criada em 1993, no Porto, tendo sido a primeira a estabelecer-se na Rua Miguel Bombarda, conhecida como artéria cultural da cidade. Os seus principais objectivos são a divulgação de projectos e artistas contemporâneos, dando a conhecer os mesmos a curadores, instituições e públicos. Até 12 de março, encontra-se patente a exposição “Luvas Brancas” de Pedro Valdez Cardoso.
“Houve, em tempos, uma história que virou estória com a duplicidade da emoção e do assombro. Só a imagem base resta, como um facto vivido em criança, que sobrevive apenas nos contornos mais espetaculares. Os factos, que não são assim tão importantes para este caso, perderam-se. Na arte, os factos são secundários, mesmo quando falam da verdade. Como na poesia, finge-se.“ (José Pardal Pina, Dezembro 2021)
Pedro Valdez Cardoso vive e trabalha em Lisboa. Expõe regularmente desde 2001, tendo participado em inúmeras exposições individuais e colectivas em Portugal e no estrangeiro. A obra que tem vindo a desenvolver, com maior foco na escultura e na instalação, centra-se sobretudo em problemáticas relacionadas com a identidade (social, sexual e cultural) e questões pós-coloniais.
4."Erro 417: Expectativa Falhada" e "A Hora Antes do Pôr-do-Sol" na Galeria Municipal do Porto
Até 13 de fevereiro, a Galeria Municipal do Porto tem patentes dois novos projetos expositivos – “Erro 417: Expectativa Falhada”, com curadoria de Marta Espiridião, e “A Hora Antes do Pôr-do-Sol”, da artista Milena Bonilla, com curadoria de Juan Luis Toboso. Em “Erro 417: Expectativa Falhada”, a curadora Marta Espiridião debruça-se sobre noções de falhanço e sucesso, em particular na relação com o contexto económico capitalista e as diversas condicionantes estruturais, como a etnia, o género ou a condição social. As duas exposições têm entrada livre e podem ser visitadas até ao dia 13 de fevereiro de 2022, de terça a domingo, das 10h00 às 18h00.
5.“O nu e a madeira” de Daniel Dewar & Grégory Gicquel em Culturgest Lisboa
Daniel Dewar (Forest of Dean, Reino Unido, 1976) e Grégory Gicquel (Saint-Brieuc, França, 1975) iniciaram a sua colaboração artística no final dos anos 1990, enquanto eram ainda estudantes universitários. O seu percurso começou com a apresentação no espaço público, e sem anúncio prévio, de performances de longa duração (as oito horas de expediente) nas quais reproduziam, uma e outra vez, os mesmos gestos ou as mesmas ações aparentemente simples e mundanas, como fazer ressaltar uma bola no chão ou comer um gelado. Esta ideia de compromisso e de tarefa aliou-se, pouco depois, a uma obsessão pela autonomia produtiva e pela independência de todo o tipo de serviços terceiros, circunstância que os lançou numa épica viagem pela recuperação de misteres tradicionais como o trabalho em terracota, madeira, pedra ou têxtil, e inclusive pela concepção dos próprios instrumentos com que transformam estas matérias.
O resultado deste trabalho oferece-nos vislumbres de um mundo em tudo semelhante ao nosso, apenas ligeiramente distorcido: aumentado, fragmentado, duplicado, fundido, falhado, miscigenado, metamorfoseado, como se estes objetos fossem instâncias de um universo paralelo onde o absurdo não é sinal de uma angústia existencial mas precisamente do seu contrário.
"Side Facing The Wind " de Silvia Bächli na Culturgest Porto
O trabalho de Silvia Bächli (Baden, Suíça, 1956) assemelha-se a um inventário visual das experiências subtis do quotidiano. Trabalhando quase exclusivamente na área do desenho, a artista vindo a explorar, desde meados dos anos 1980, um conjunto muito estreito de recursos gráficos – essencialmente o traço e a cor – através dos quais procura fixar impressões e sensações que experimentamos todos os dias. Como o título desta exposição indica, a experiência peculiar do nosso corpo afetado por um vento lateral pode ser o gatilho para um conjunto de obras que se propõem tornar visível a essência inefável desse fenómeno. Os desenhos de Bächli são ensaios: imagens que fazem aproximações, necessariamente incompletas e parcelares, do mundo intangível.