7 factos sobre Graça Morais
Envolvida no mistério e na surpresa, Graça Morais (1948) cria obras que transmitem ao espectador a sua memória do mundo rural, da aldeia de Vieiro em Trás-os-Montes, onde nasceu e cresceu. Numa relação entre o corpo, o pensamento e a vivência, a artista pinta com traços fortes os rostos de uma aldeia, as histórias do povo português, os seus costumes, o modo de trabalhar e o poder da maternidade. Além da pintura, criou ilustrações para livros e painéis de azulejos em vários edifícios como o Edifício da Caixa Geral de Depósitos em Lisboa, a Estação de Bielorrússia do Metropolitano de Moscovo, entre outros. Graça Morais representou Portugal na XVII Bienal de São Paulo em 1983. Conheça mais sobre artista aqui.
1.Graça Morais é a maior colecionadora dos seus quadros.
Maria da Graça Pinto de Almeida Morais nasceu em Freixiel, Vila Flor, a 17 de março de 1948. Viveu em Moçambique entre os anos de 1957 e 1958, tendo regressado no ano seguinte a Vieiro. Em 1966 ingressou na Escola Superior de Belas Artes do Porto para estudar pintura, tendo concluído o curso em 1971 e apresentado a exposição de avaliação do 5.º ano, na Escola Superior de Belas Artes do Porto. Em 1974, expõe pela primeira vez, no Museu Alberto Sampaio, em Guimarães. Atualmente reside e trabalha entre a cidade de Lisboa e a aldeia do Vieiro, com o companheiro, o guitarrista Pedro Caldeira Cabral, e diz ter muita dificuldade em separar-se da sua obra, sendo, por isso, provavelmente, a maior colecionadora dos seus quadros.
2. As pinturas e desenhos de Graça Morais são povoadas de figuras femininas.
As suas pinturas e desenhos são povoadas de figuras femininas que contam a história da própria artista mas também tecem coreografias míticas e trágicas dos segredos da mulher trabalhadora de uma geração anterior à sua. Nos últimos anos tem se envolvido cada vez mais com a violência do homem, retratando “um mundo transfigurado” repleto de guerra e de outras problemáticas.
3. Deixou Lisboa, em 1981, para viver e trabalhar na aldeia de Vieiro.
As formas e os materiais do Nordeste transmontano, ou seja, a expressão das suas raízes, são um alvo de uma intensa reflexão , onde permanece dois anos, embora continue a expor. Em 1982 realiza várias visitas (à Westkunst, em Colónia, à Documenta de Kassem, em Viena). Cria uma série de desenhos de cães.
4.Divide o seu tempo entre os estúdios de Lisboa e Vieiro-Freixiel, aldeia do norte de Portugal onde nasceu.
Como a oliveira está ligada ao território nacional, Graça Morais encontra-se imensamente mergulhada na atmosfera e na mitologia rural portuguesa, mais propriamente a Trás-os- Montes, no extremo Nordeste de Portugal. Divide o seu tempo entre os estúdios de Lisboa e Vieiro-Freixiel, aldeia do norte de Portugal onde nasceu em 1948. Neste local foram alimentadas as ideias e imagens que vemos representadas nas suas obras, desde cães, gatos e cabras, até à violência dos homens e a crueldade da natureza. De forma crua e natural, Graça Morais exprime o outro lado das suas origens, dando assim a conhecer o ser Humano, as suas capacidades e histórias. O dia a dia é a temática principal na obra da artista, assim tornou-se fundamental representar as atividades das pessoas à sua volta concretizam, desde o registo da roupa, ao cabelo, passando pela própria relação que os indivíduos têm com a terra. Graça Morais compara o acto de criação de um artista com a afetividade que as pessoas têm pela terra e por criar algo nela que posteriormente dará frutos.
5.A vida e obra de Graça Morais foram objecto de documentários.
A vida e obra de Graça Morais foram objecto dos documentários As Escolhidas (1997), de Margarida Gil, Na Cabeça de uma Mulher está a História de uma Aldeia (1999), de Joana Morais, e Graça Morais e os Escritores (2017), de Luís Alves de Matos. Em 2011, Joana Providência coreografou Terra Quente Terra Fria, criado a partir da obra da pintora. Em 2015, o Teatro da Garagem estreou a peça Graça: Suite Teatral em Três Movimentos, a partir de textos de Graça Morais e António Tabucchi, encenada por Carlos J. Pessoa.
6.Graça Morais dou a Bragança 70 obras no valor de meio milhão de euros
Graça Morais foi a primeira a oferecer 52 quadros, aos quais junta agora mais 70, no valor de meio milhão de euros, como avançou a pintora à Lusa. A pintora explicou que, na doação, estão “obras de diferentes fases” da carreira e adiantou que no próximo ano pretende “fazer uma doação maior. Porque eu acho que tenho essa obrigação de deixar um legado importante aqui à região onde eu nasci e ao meu país”, declarou.
7.Em 2008, foi inaugurado o Centro de Arte Contemporânea Graça Morais (CACGM)
Graça Morais foi convidada pela Câmara de Bragança, a proprietária do Centro de Arte Contemporânea, para ser a mentora deste espaço inaugurado em 2008. O equipamento cultural está instalado num edifício histórico, no centro de Bragança, remodelado pelo arquiteto Souto de Moura, e tornou-se num espaço que dá acesso, nesta região, a arte antes apenas acessível nas grandes cidades. Desde esse ano, o Centro de Arte Contemporânea Graça Morais tem apresentado de forma permanente e continuada diversas exposições da artista, comissariadas pelo seu director Jorge da Costa. O Centro tem sempre uma exposição de Graça Morais em simultâneo com a de outro artista, e promove atividades, nomeadamente com os mais novos, para despertar para as artes.