História da Fotografia
A fotografia surgiu no século XIX, período em que a pintura e a escultura eram as grandes formas de expressão. A técnica da gravura já existia, contudo tinha um papel secundário, devido ao seu mecanismo de reprodução. A fotografia como expressão artística é fecundada nas vanguardas, devido à Bauhaus e a sua concepção não hierarquizada das técnicas artísticas. Este factor com o movimento pictorialistas - criação de pintura com fotografia - concedeu a oportunidade desta entrar no mundo artístico.
A partir da década de 1970, com uma maior incidência na década de 1980, a máquina fotográfica invadiu o território da Arte, ou seja, os espaços culturais, como museus e galerias, deixando assim praticamente em segundo plano, o aspecto documental da representação da realidade. Enquanto que no meio artístico existiu uma certa incerteza sobre esta nova máquina, na área da comunicação esta foi recebida como uma grande aliada. Desta forma, os jornais conseguiram ter imagens dos acontecimentos em vez das simples ilustrações. Para celebrar o Dia Mundial da Fotografia a P55 dá a conhecer neste artigo cinco artistas que transformaram o panorama artístico mundial, através das suas representações fotográficas.
Nas últimas cinco décadas, a multidisciplinaridade do trabalho de Julião Sarmento abordou temas como o erotismo, a sexualidade, a literatura ou o cinema. Ao mesmo tempo, questionou os conceitos do desejo, da ausência, do tempo e da linguagem através de diferentes meios (a pintura, o desenho, a escultura, colagens, a instalação, vídeo, performance e a fotografia). Nesta última área, o artista português tem se expressado através de um universo singular bastante pessoal, muito rico e sempre disponível para a pluralidade do olhar e do pensamento.
American Landscape 8 de Julião Sarmento
Noronha da Costa marcou a história da arte portuguesa com a sua capacidade de dialogar constantemente com as imagens da pintura, do cinema e da fotografia. O mar parte fundamental da sua vida foi destacado recorrentemente na sua obra, através das pinturas com a sua famosa técnica de spray mas também na fotografia. A paisagem é parte integrante do seu percurso artístico sendo assim recorrente nos seus retratos.
“Noronha da Costa continuou na pintura as experiências do mar ao abater-se sobre a terra, e fez-se valer da sua ousadia já antiga, dessa forma de preguiça clássica, mas também do mar como figura romântica, como último confessor de tantos personagens malditos, desses que nele lavam a indigestão da vida, depois de terem nela aportado com uma fome sobrenatural.”
Marinhas de Noronha da Costa
O fotógrafo português Pedro Narra tem percorrido o mundo captando fotografias da vida natural. Da Nova Zelândia ao Ruanda, da Austrália à Guiné-Bissau, o artista português mostra a beleza dos animais que habitam nestes territórios de forma única. O seu percurso começou com os golfinhos do Sado e mais recentemente realizou no mesmo local, a coleção Selvagens sobre as plantas envolvidas nos passeios e entre as pedras. Numa entrevista Pedro Narra referiu sobre esta coleção: “Dei-lhes o destaque, a beleza, que achei que lhes devia dar.” Os seus trabalhos tem obtido diversos prémios como os desenvolvidos na ilha de Poilão, no arquipélago dos Bijagós, que conseguiram o terceiro prémio na categoria SOS Espécies Ameaçadas - Fotorreportagem na 5.ª edição do concurso Nature Images Awards 2015 - uma série de fotografias sobre o trabalho de conservação das tartarugas-verdes naquele arquipélago da Guiné-Bissau.
Da Colecção Selvagens de Pedro Narra
A fotografia tem sido a forma criativa de Rafa Fernández expor a realidade à sua volta. Intoxicado pela elegância e glamour da arte documental americana dos anos 1950, Rafa Fernández apresenta uma série de fotografias atemporais em preto e branco, com cenários imprevisíveis sobre a cultura e o povo em Tóquio. Interessado nos traços das vidas que compõem esta cidade, os seus trabalhos tendem a que o espectador encontre uma tranquilidade nas imagens preconcebidas da cidade caótica de Tóquio, alterada pelo movimento, pelas luzes e pelo ruído. Os seus trabalhos revelam o efêmero e o espontâneo, acabando por ultrapassar fronteiras ao permitir que o espectador conheça um pouco mais desta grande metrópole tão diferente das cidades ocidentais.
O artista espanhol Lluís Estopiñan tem produzido obras de arte tendo como base a fotografia que se envolve noutros elementos como pintura abstrata ou instalação. Os seus trabalhos em torno da memória e da consciência, tendem a refletir as emoções de forma a transmitir as formas como a arte pode transformar o espectador profundamente.
“Lluís Estopiñan compone unos temas que, entre la fantasía y el simbolismo, recrean sugerencias que, partiendo de dejar correr la imaginación, desean acercamos a las formas donde la vida se concreta, sea a través de mundos biológicos y geológicos o en relación a reflexiones personales sobre insondables conceptos metafísicos... abriendo una lectura, en cada obra, donde deja entrever su sensibilidad hacia una propuesta que tiene sobre la vida y la creación. Para llegar a tales resultados, el pintor trabaja con abundancia de pigmentaciones y veladuras en las que, el acrílico o el collage, logran cromatismos, luminosidades y claroscuros muy válidos para sus contextos plásticos y estéticos. Unas texturas tonales que permiten a
Lluís Estopiñan desarrollar reflexiones, sentimientos y metáforas cabe a un atrayente esquema pictoricista, misterioso y ambiguo.”
Disclosed_Memory_33 de Lluís Estopiñan