Underdogs apresenta “I don’t wanna be, I am”, nova exposição colectiva, e “La Folie des Grandeurs”, uma mostra individual de Julien Raffin
A plataforma cultural Underdogs abre a 1 de Abril a sua primeira exposição colectiva do ano, com curadoria do projecto artístico Ink and Movement, juntamente com o regresso de Julien Raffin depois da sua exposição em 2017. Ambas as exposições estarão patentes até 21 de Maio de 2022. Ocupando o espaço principal da Galeria e com inauguração marcada para sexta-feira dia 1 de Abril, revela peças dos artistas Elian Chali, Franco Fasoli, Martí Sawe, Misterpiro, Nano4814, Okuda San Miguel, Sabek, Sixe Paredes e Spok Brillor. Paralelamente, no espaço Cápsula, inaugura no mesmo dia La Folie des Grandeurs, a segunda exposição do artista francês Julien Raffin na Underdogs.
Underdogs é uma plataforma cultural com sede em Lisboa, Portugal, que trabalha com artistas ligados às novas linguagens da cultura gráfica e visual de inspiração urbana, ajudando a estabelecer uma relação de proximidade entre criadores e a cidade para o usufruto de todos. Estabelecido em 2010 e consolidado na sua presente forma em 2013, o projecto Underdogs assenta em três áreas complementares: uma Galeria com um programa expositivo inovador; a produção de Edições artísticas originais e acessíveis; e um programa de Arte Pública que visa promover a arte como uma experiência quotidiana, complementado com um esquema de visitas guiadas e um serviço educativo.
I don’t wanna be, I am junta nove artistas internacionais que, apesar dos seus percursos distintos e trabalhos únicos e individuais, partilham uma visão criativa transversal.Tendo já passado por Hamburgo e Miami, a exposição chega agora a Lisboa através da Underdogs, apresentando o trabalho dos artistas argentinos Elian Chali e Franco Fasoli, e dos espanhóis Martí Sawe, Misterpiro, Nano4814, Okuda San Miguel, Sabek, Sixe Paredes e Spok Brillor. Partilhando o desejo de expor o seu trabalho a um público internacional através de diferentes formatos, estes artistas combinam intervenções públicas em grande escala com trabalho de estúdio, produzindo uma amplitude de objectos criativos através da pintura, escultura e a concepção e desenvolvimento de instalações de arte. Com obras já apresentadas e outras especialmente desenvolvidas para esta mostra, I don’t wanna be, I am explora o conceito de identidade no contexto do mundo da arte internacional, e nasce da necessidade de abordar novos códigos, novos espaços e novas formas de interacção dentro do universo da criação contemporânea, sem hesitação. Reforçando o posicionamento da Underdogs enquanto plataforma para a arte contemporânea a um nível internacional, esta exposição representa também o investimento da Galeria na produção artística espanhola e sul-americana, já iniciado com uma série de exposições individuais e colectivas de alguns artistas envolvidos nesta apresentação, incluindo Okuda San Miguel (2014, 2016, 2017, 2019), e também Elian Chali e Sixe Paredes (2016). O resultado é uma exposição aberta a múltiplas interpretações e para todas as audiências, proporcionando a oportunidade de contemplar identidades criativas individuais e colectivas.
Por sua vez, no espaço Cápsula com La Folie des Grandeurs, Julien Raffin dá continuidade à série com o mesmo nome, que tem vindo a desenvolver nos últimos anos. Julien Raffin (1985) é um artista francês sediado em Paris que manifesta a sua criação visual através da colagem analógica, contrapondo referências históricas e culturais que se encontram em ruptura com as nossas vidas contemporâneas. O seu trabalho apresenta uma narrativa dinâmica e poética onde composições a cores e a preto & branco se opõem, revelando o contraste e dissonância entre o passado e o presente numa harmonia disruptiva. Resultando de uma reflexão contínua e em constante evolução, La Folie des Grandeurs debruça-se sobre o desenvolvimento exaustivo e frenético da humanidade, os obstáculos aparentemente intransponíveis da modernidade, o progresso industrial e o consequente impacto nos ecossistemas naturais do planeta. Dando foco às principais conquistas, pontos de viragem e marcos da humanidade nos últimos oitenta anos, enfatiza o contraste entre as idealizações daqueles que viveram antes de nós, e as realidades criadas pelas consequências das suas acções, assim como das nossas. Algumas das composições apresentadas nesta exposição deram origem a uma série de NFTs, recentemente lançada exclusivamente através da plataforma Ephemeral Ethernal. No entanto, na galeria, e na sua forma física e tangível, evidenciam a abordagem incontornavelmente única do artista à técnica de colagem, criando um mundo imaginário em que o passado, o presente e o presságio do futuro coexistem num estado de inquietação lúdica, que surpreendentemente cria um efeito estático e dinâmico. Apesar da sensibilidade espectral e quase etérea que transmitem, estas peças representam um confronto com o mundo que nos rodeia, que por sua vez suscita uma sequência de perguntas urgentes sobre os desafios que actualmente enfrentamos, e um apelo para a acção e imediata resolução.