Underdogs abre as portas ao universo provocador de Wasted Rita com uma exposição de obras inéditas
Sexta-feira 31 de Março a Underdogs inaugura The desperation of the desperate desperately despairing for this desperation to heal, a nova mostra individual de Wasted Rita, que vem cimentar a longa colaboração entre a artista e esta plataforma cultural. Apresentando obras inéditas, ocupa ambos os espaços expositivos da Galeria em Marvila, contando também com o lançamento de uma edição limitada.
The desperation of the desperate desperately despairing for this desperation to heal retrata o contexto social, cultural e político em que foi criada. Transpondo o desespero que a artista sentiu face à crise da habitação em Lisboa, aliada ao desafio de se encontrar em pleno processo de criação, Wasted Rita convida-nos a entrar numa experiência pessoal que por sua vez retrata uma realidade cada vez mais universal.
Para lidar com a enorme pressão de ser despejada de sua casa, a artista refugiou-se em reality shows e em influencer culture, que assimila tanto como fontes de escapismo, como objectos de estudo e fascínio: indicadores de uma natureza humana expressada no contexto de uma contemporaneidade cada vez mais polarizada e alienada.
Através da sua estética única e um sentido crítico e intimista que explora a sua relação amor-ódio com a vida e o mundo à sua volta, a artista confronta-nos com os seus medos, ansiedades, frustrações e embates com o absurdo, com obras em formatos habituais como desenhos, pinturas e instalações em LED, assim como trabalhos em suportes novos como esculturas criadas através de impressão 3D. A exposição integra também uma experiência imersiva de realidade virtual, algo inédito na obra da artista, remetendo-nos para um cenário idílico, mas que eventualmente começa a revelar imperfeições, mergulhando-nos num balde de água fria de realidade.
Wasted Rita
A artista e ilustradora portuguesa Wasted Rita (n. 1988) tem vindo a desenvolver uma prática de natureza crítica e particularmente intimista que explora a sua relação amor-ódio com a vida e o mundo à sua volta. A assumida “agente provocadora nata” gosta de pensar, escrever e desenhar, dando vida a pequenas jóias de sabedoria sarcástica embebidas em ácido que reflectem uma educação não convencional num colégio católico ao som de Black Flag. Fazendo uso de uma variedade de suportes – incluindo objectos esculturais, instalação, pintura, desenho e escrita – a sua voz singular dá forma às suas observações mordazes e invectivas poéticas sobre o comportamento humano e a cultura contemporânea. Desde 2011, tem apresentado o seu trabalho numa variedade de contextos, incluindo exposições individuais e colectivas em galerias, instituições e eventos artísticos em vários países, tais como na idrawalot (Berlim, 2013), CAA – Centro para os Assuntos da Arte e Arquitectura (Guimarães, 2014), Galeria Underdogs (Lisboa, 2015, 2016, 2017, 2019), Dismaland (Weston-super- Mare, 2015), Bien Urbain Festi- val (Besançon, 2016), Artgang Gallery (Montreal, 2016), Festival Iminente (Oeiras 2016, 2017; Londres, 2017; Lisboa, 2018; Lisboa, 2019), WTF gallery (Bangkok, 2017), MAAT – Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (Lisboa, 2018), Outdoor Festival di Roma (Roma, 2018), Galerie Slika (Lyon, 2019), The Crystal Ship (Ostende, 2019) ou Beyond the Streets (Southampton, Nova Iorque, 2021) entre muitos outros. Presentemente, vive e trabalha em Lisboa, Portugal.