A Arte pertence à humanidade como um todo, por isso é mais do que legítimo querer apreciá-la. Há diversos museus e centros de difusão de arte contemporânea em todo o mundo. Quais é que devo visitar? Algumas das exposições mais esperadas estão prontas para entrarem em cena durante o mês de março. Com novos trabalhos de artistas em ascensão aos fascinantes pintores do século XX, recomendamos cinco exposições nacionais e internacionais, que merecem uma visita com olhos de lince, atentos ao mais pequeno detalhe.
1. Louise Bourgeois: The Woven Child na Hayward Gallery (Londres)
A extraordinária nova exposição “The Woven Child” na Hayward Gallery concentra-se exclusivamente nas duas últimas décadas da longa carreira da artista franco-americana Louise Bourgeois. Com cerca de 90 colagens, esculturas e instalações, é reunida uma explosão surpreendente de criatividade tardia em tecidos e têxteis A vida de Louise Bourgeois foi traumática, especialmente a relação dela com o pai. Os pais de Bourgeois eram restauradores de tapeçaria e, no final da sua vida, voltou às raízes, incorporando agulhas, bobinas, bordados nas suas obras de arte.
2. João Pedro Trindade em Sismógrafo (5 Março – 9 Abril 2022)
No sismógrafo decorrerá, a partir de março, a exposição de João Pedro Trindade. O artista português tem vindo a colaborar em projectos de desenvolvimento e divulgação cultural como a Painel (entre 2012 e 2014), integrando actualmente a equipa do projecto Nartece. Enquanto autor, desenvolve a sua produção e investigação utilizando diversos meios como a pintura, a escultura e a instalação. Desde 2016, exerce funções de assistente de produção oficial na companhia de Teatro de Marionetas do Porto. Exposições individuais recentes incluem, “a poesia da terra nunca morre”, Mupi Gallery (Porto, 2020); “e... e... e... o que cresce entre, e no meio das outras coisas” L+S Projects (Porto, 2019); e “à fina força”, Sismógrafo (Porto, 2018). De entre as exposições colectivas recentes em que participou destacam-se, em 2020: “Anuário 19”, Galeria Municipal do Porto e Fundação da Juventude e “True Node – Cauda”, espaço Artes, Porto; em 2019: “Sonic Youth” com curadoria Filipa Oliveira, na Galeria Municipal de Almada, “I will take the risk” com curadoria Carolina Trigueiros, no Tomaz Hipólito Studio, Lisboa; e “mais amplo do que o conhecido”, com curadoria João Terras e José Maia, espaço Artes, Porto.
3. Splinter de Anna Weyant na Blum and Poe (Los Angeles)
Blum & Poe apresenta Splinter, a segunda exposição individual da galeria com a artista nova-iorquina Anna Weyant.Neste novo corpo de trabalho, Weyant envolve-se profundamente na história do pop, da dialética visual dos filmes Lifetime e da cultura das celebridades dos anos 90. Os cinco trabalhos apresentados em papel e as quatro pinturas contam a história de uma festa luxuosa que acaba mal. Neste universo sombrio e repleto de fantasia, fitas douradas caem de fora dos limites de cada vinheta para controlar ou provocar o assunto dentro, e delicados arranjos de flores que estão já murchos.
As flores, tradicionalmente símbolo de pureza e fertilidade, em Lily (2021) e Drawing for Lily (2021), são retratadas como objetos belos e imperfeitos, caídos e incompletos, que têm os estames cortados. As fitas inseridas nas obras permitem que Weyant manipule as temáticas imposta, expondo assim as contradições dentro do universo fictício e o subúrbio surreal em que se baseiam. Ao longo da exposição, Weyant reconhece e explora a fixação do público com a natureza estranha da atualidade em oposição à expectativa, ao jogar com essa justaposição.
4. Lusque-Fusque Arrebol de João Maria Gusmão na Galeria Cristina Guerra (Lisboa)
A Galeria Cristina Guerra apresenta Lusque-Fusque Arrebol, uma exposição individual de João Maria Gusmão que reúne, numa grande instalação, esculturas em bronze, fotografias e lanternas mágicas produzidas no último ano em torno de um dispositivo para-cinemático e literário sobre a origem mnemónica e espectral da imagem em movimento.
A sua obra em parceria com Pedro Paiva, produzida entre 2001 e 2018, foi o foco de exposições individuais em instituições como o Hangar Bicocca (Milão, 2014), Haus der Kunst (Munique, 2016), KW (Berlim, 2015), Kunstverein de Hannover (2010) de Colónia (2015) e de Munique (com Alexandre Estrela em 20) com participações na Bienal de Veneza (2009 e 2013), na Bienal de São Paulo (2006), e encontra-se representada nas mais variadas coleções como o Instituto Inhotim (Minhas Gerais, Brasil), SFMOMA (São Francisco, EUA) e a Tate Modern (Londres, GB), Centro George Pompidou (Paris, FR), Reina Sofia (Madrid, ES). Recentemente, em 2021, o Museu de Serralves realizou uma extensa exposição retrospectiva do seu trabalho em parceria com Pedro Paiva. Em 2020, João Maria Gusmão colabora com curadora Celia Bernasconi para a exposição Eugène Frey's Light Set Projections no Nouveau Musée National de Monaco, desde então tem vindo a desenvolver e apresentar várias exposições e projectos curatoriais e editoriais em colaboração com outros artistas como Alexandre Estrela, Mattia Denisse, Gonçalo Pena e Mauro Restife.
5. Coleção de Arte Contemporânea do Estado na Fundação de Serralves, a Fundação do Centro Cultural de Belém, a Fundação Arpad Szenes – Vieira da Silva e o Centro de Arte Contemporânea de Coimbra (Portugal)
A Coleção de Arte Contemporânea do Estado foi iniciada pelo Estado em 1976, através da Secretaria de Estado da Cultura. De iniciativa pública, esta é composta por obras realizadas em diversos suportes (pintura, desenho, gravura, fotografia, escultura, vídeo, instalação), na sua maioria (mas não exclusivamente) de artistas portugueses contemporâneos.
Tutelada pelo Ministério da Cultura, através da Direção-Geral do Património Cultural, a CACE encontra-se depositada e disponível em diversas instituições de referência. Pode descobrir obras da coleção nacional na Fundação de Serralves, a Fundação do Centro Cultural de Belém, a Fundação Arpad Szenes – Vieira da Silva e o Centro de Arte Contemporânea de Coimbra, entre muitas outras, tanto em Portugal como no estrangeiro.