Ascensão dos NFTs. O que são NFTs?
A ascensão da arte digital como modo de expressão é uma progressão natural, num mundo cada vez mais ligado à Internet. Os NFTs, tokens criptográficos exclusivos que representam ativos, como arte digital são fonte destas evolução. Mas como funcionam? São códigos exclusivos alimentados por contratos inteligentes (semelhantes a uma escritura) normalmente executados na blockchain Ethereum, ao criar um registro público de acesso aberto de proveniência, preço, propriedade e autenticidade. NFTs também introduzem escassez de ativos digitais, dando aos criadores a capacidade de vender – e colecionadores de possuir – obras inerentemente replicáveis em quantidades finitas.
Os artistas criam NTFs porque?
Esta tecnologia tão recente e com futuro incerto tem vindo a revolucionar o mundo artístico, por oferecer aos artistas e criadores uma oportunidade única de vender diretamente ao consumidor e facilitar o processo criativo — maior liberdade de expressão e autonomia. Cada vez mais há artistas a juntarem-se ao mundo dos NTFs pelo seu grande potencial, por uma infinidade de razões, desde o desenvolvimento de novas direções extremamente criativas para os seus trabalhos, aumentar a conexão com os colecionadores até conseguir ter mais poder pelos seus trabalhos. Outra característica bastante atraente é a possibilidade dos criadores programarem para receberem uma percentagem dos lucros da sua própria arte, sempre que esta for vendida a um novo proprietário. Sem dúvida, que estas vantagens e oportunidades tem impulsionado esta nova tecnologia e consequentemente, tem vindo a revolucionar o mundo da arte. Ainda surgem várias questões sobre esta nova tecnologia: será que esta já está integrada nos valores do mundo da arte ou ainda se encontra profundamente inserida na comunidade criptográfica.
NFTs são arte?
Este é um tópico bastante mainstream e foi a grande questão colocada pela recente decisão da Wikipedia de classificar as recentes vendas de NFT de US $69 milhões e US $91 milhões de Beeple e Pak não como vendas de arte, mas como vendas de NFT. Na sua maioria, os artistas da NFT, não citam obliquamente a história da arte ocidental, mas sim, a história dos videogames, pixel art, bandas desenhadas, IA, ficção científica, gráficos de concertos e outras histórias que não foram canonizadas pelos museus e universidades. NFTs são principalmente uma inovação de mercado. Podem ser arte? Claro, a arte é definida pela intenção do artista. O certo é que os NFTs continuam a bater recordes de valores pagos por obras de artistas vivos. Houve um aumento tão grande que Collins Dictionary nomeou NFT a palavra do ano para 2021. O crescimento das criptomoedas, juntamente com a pandemia do COVID-19, abriu caminho para o aumento de colecionadores de NFTs. Além disso, a venda recorde da Christie 's com “Beeple Everydays — The First 5000 Days” (2021) por US $69,3 milhões em fevereiro de 2021, colocou os NFTs nas notícias mundiais.
Mercado de NFTS em Portugal? Vhils cria “Rupture” e entra no mundo dos NFTs
Os NFTs criaram um movimento de arte digital inovador liderado por artistas e uma comunidade de colecionadores. Em Portugal, destacamos o crescimento desta prática com o artista Alexandre Farto, conhecido por Vhils, por ter dado grandes passos no mundo dos NFTs. Esta consiste num vídeo que captura o momento exato em que os explosivos que o artista português usa no seu trabalho – que transforma a destruição em criação. O vídeo foi filmado através de slow motion avançado, incluindo 2000 frames por segundo, o que oferece uma experiência e perspetiva única sobre o processo de criação único de Alexandre Farto. “Rupture” faz parte da META_VS: A CRYPTO ART EXPERIENCE IN 3 METAVERSES, uma ação da BEYOND THE STREETS que visou promover a comunidade artística no blockchain através de exposições, lançamentos de peças, colaborações exclusivas de artistas e conversas no ClubHouse e YouTube. Durante esses dias a feira virtual de arte da NTWRK apresenta trabalhos exclusivos de nomes como Felipe Pantone, Mister Cartoon, DABSMYLA, POSE e Tim Conlon. O artista visual português tem cativado o mundo artístico nos últimos 15 anos com suas técnicas únicas que consiste na subtração dos próprios edifícios. Vhils tem vindo a usar de tudo, desde bisturís e cinzéis a brocas, britadeiras e até explosivos para destruir paredes em ruínas, revelando rostos realistas de moradores locais e muitas vezes marginalizados. Agora o artista passou esta mensagem para os NTFS, sendo a primeira experiência em Portugal com estes criptoativos. Empresas como a Verisart facilitaram a entrada de artistas, como Vhils, no espaço dos NFT. Ajudaram os criadores a utilizar a tecnologia blockchain, certificar e vender os seus trabalhos. Os NFTs tornaram-se numa maneira dos artistas se expressarem sem censura, numa rede gratuita e de acesso aberto onde conseguem partilhar a sua criatividade e provar a propriedade sobre ela.
“O objetivo é criar algo que eterniza o formato digital e que permite, também, que as pessoas o consigam adquirir. Cada vez mais os colecionadores tradicionais estão a perceber melhor o potencial desta tecnologia e da arte digital em si. Uma tecnologia que traz a possibilidade de resolver várias questões problemáticas que estão associadas ao mundo da arte. Uma delas é a questão dos royalties, ou pagamentos a longo prazo” — Vhils
"Vhils revela que NFTs dão aos artistas a possibilidade de “ganharem ao longo da vida”, perante a existência de “transações” de NFT de um colecionador para um outro, o que garante um “retorno” aos artistas. Algo que não acontece, neste momento, na “maior parte das vendas no mercado secundário” de comercialização de arte. Nesses casos, “o artista nunca ganha nada”, lembra. Com NFT, os “royalties são sempre pagos automaticamente”, de forma “transparente e automatizada”, garantindo-se que os artistas são sempre recompensados por cada revenda que seja feita das suas obras.”
Como é a relação entre o artista e o colecionador?
Muitos colecionadores encontram-se diretamente envolvidos com os artistas que colecionam. Com os NFTs, os colecionadores conseguem conectar o seu nome a um artista ou uma obra, sendo que existe um registro de data e hora deste momento especial, no qual o colecionador apoiou uma ideia ou um ser humano. Esta é a verdadeira revolução que os NFTs concretizam.
Colecionar NFTs? Devo colecionar que Nfts? Onde comprar?
As considerações para explorar e decidir quais NFTs adquirir são essencialmente as mesmas. Deve-se aprender sobre a formação e a trajetória de carreira do artista, a sua narrativa e significado histórico, além da mensagem do trabalho. Haver uma conexão com os artistas e a mensagem que estes estão a partilhar, é essencial para que fique feliz ao colecionar uma obra de arte. A parte fascinante é que qualquer pessoa pode se tornar um colecionador de NFTs, pela variedade de preços em várias blockchains. Mesmo os maiores artistas do mundo NFT costumam ter drops que são bastante acessíveis.
A criação do Museu de Cripto Arte
Inicialmente, os colecionadores NFTs foram atraídos pela forma como a tecnologia blockchain ajudava os criadores. Tal como, Colborn Bell, que criou o Museum of Crypto Art (M○C△), uma plataforma descentralizada de exposições de arte que abriga uma coleção permanente de 200 obras de arte históricas da NFT. Este museu virtual no Somnium Space, representa um panteão de artistas, incluindo Trevor Jones, XCOPY, Dmitri Cherniak, Frenetik Void, Pak e undeadlu. O M○C△ representa um “testamento para aqueles que ousaram acreditar num futuro melhor que priorizou a soberania, o acesso ao mercado e a liberdade de expressão nas artes”.
Qual é o futuro dos NFTs?
Embora a tecnologia ainda seja muito nova, o facto de haver cada vez mais artistas contemporâneos notáveis nacionais e internacionais a entrarem neste espaço, sugere que as aplicações da tecnologia blockchain na arte continuarão a crescer.