Adriana Scartaris é uma profissional que atua como designer de interiores na criação de projetos residenciais, comerciais e corporativos, com 36 anos de experiência e mais de 323 mil m2 de obras concluídas em todo o Brasil e exterior. Iniciou formação académica ainda jovem, concluindo o primeiro curso de Design de Interiores na Escola Panamericana de Arte e Design SP em 1978. Em 1984 concluiu o curso superior de Desenho Industrial pela Fundação Armando Álvares Penteado, FAAP/SP, ingressou em seguida no curso de artes plásticas na mesma instituição. No ano de 1986 concluiu a especialização em Ilustração Aplicada ao Desenho Industrial pela Faculdade Santa Marcelina, FASM/SP. Também concluiu o curso de Artes Plásticas, no mesmo ano, e começou então a trajetória como artista plástica simultaneamente.
Especializou-se em História do Design do Mobiliário no ano de 1990 para ter mais domínio sobre o processo de criação dentro de cada estilo.
Desde então, participa constantemente em palestras, seminários, cursos de empreendedorismo, treinamentos presenciais e online e, sempre em busca de aprender e acompanhar de perto, os maiores eventos mundiais do segmento.
Conte-nos como começou esta paixão de uma vida pelo mundo da Arte.
Eu comecei a trabalhar e a pensar em arte em criança. Eu desenho desde os meus cinco/seis anos de idade e já tenho 60 anos; é um grande orgulho pensar que já tenho mais que meio século de vida tocada pela arte. Aos 6 anos, a professora chamou a minha mãe à escola — a minha mãe ficou toda preocupada a pensar que era uma reclamação. “Coloca essa menina para estudar porque ela leva jeito” disse a minha professora à minha mãe. Este é o registo que eu tenho do meu início como artista. Daí tive a oportunidade de ter várias formações e várias propostas diferentes de ensino, no desenho industrial, no design de interiores, nas artes visuais, nas artes plásticas. Isto foi algo que correu sempre em paralelo com a minha carreira. Na realidade, tenho duas carreiras que correm em paralelo: arte e design, e curadoria. Há cinco anos comecei o projeto Coletivo 284 e a trabalhar com curadoria. Formei-me em curadoria e comecei a exercer cada vez mais.
Quais são os pontos mais extraordinários?
Um dos pontos mais extraordinários foi em 1997, em São Paulo, quando fiz uma exposição com uma série de trabalhos meus, intitulados “Jogos Urbanos”, onde criei uma grande casa, na qual estiveram 1200 pessoas na inauguração. Este foi o primeiro momento que afirmei “Eu sou artista”. Vendi todas as obras naquele dia! Eu não esperava aquele resultado, ainda por cima com um trabalho, que naquela época, não era muito aceito por ser muito colorido. Se eu tinha alguma dúvida no trabalho que devia seguir, a dúvida acabou ali. Na minha opinião, foi o meu marco inicial como artista. Fala-nos da sua experiência como curadora.
Tenho outro marco inicial como curadora, com o projeto “Imperfeita”. A primeira exposição aconteceu em Lisboa, em 2021. O que é a Imperfeita? Qual é a história? Eu estava no meio da pandemia no começo 2020, com muito medo e assustada, como todos nós. Eu dirijo um grupo de artistas aqui no Brasil, com cerca de dois mil artistas, no qual faço mentoria para muitos deles. Naquele momento, eu percebi que todos os artistas com os quais eu tinha contacto direto, se encontravam muito assustados e muito sensibilizados. Na minha opinião, o artista sofreu muito durante o momento de pandemia, pelo seu perfil de pessoa que está sempre a querer entender o mundo melhor. Há pessoas que lidam muito no fazer, mas o artista lida com os problemas, a pensar. Eu também estava com muito medo e assustada, ainda por cima a minha empresa que é o Coletivo 284, tinha menos de seis meses de vida. Nós inauguramos em junho de 2019, mas passado uns meses começamos a fechar. Então, a empresa assim recém-aberta, com um investimento muito alto, e com um DNA fora do convencional, estava em risco de fechar.
Então, a possibilidade de isso acontecer e perder tudo ficou muito grande e foi muito assustadora para mim! Para piorar, eu estava no Brasil e a empresa em Portugal, ou seja, tinha tudo para dar errado. Eu e o meu sócio chegamos a pensar que talvez não fosse possível, mas pensamos: “vamos tentar manter”. Nesse cenário eu parei, olhei para mim mesma e perguntei: “O que vou fazer? O que eu posso criar? Como posso ajudar os artistas e manter o meu projeto em pé e a seguir com ele fortalecido?” Eu comecei a procurar um entendimento do que seria o ponto de virada deste mundo. Nós estávamos, na minha opinião, a viver os fins dos tempos, e alguma coisa precisava ser feita. Eu entendi que era pela energia feminina, não necessariamente a mulher, mas a energia feminina que existem nos homens também — energia de acolhimento, de pensar o outro, o que a gente tem que fazer para o mundo ser melhor. Naquele momento, o que nós precisávamos era realmente pensar no outro, pois só a pensar no outro, é que conseguiríamos nos proteger a nós mesmos. Isto foi muito intenso para mim!
Eu fui procurar uma energia feminina no mundo das artes, que tivesse uma representatividade de resistência, de força e de capacidade de superação. Lembrei-me da Frida Kahlo e este foi o meu gancho. Propus um concurso para eleger artistas brasileiros para expor na minha galeria em Portugal sem nem saber se a galeria existiria, mas pensei vamos por partes! A proposta do projeto, chamado “Imperfeita”, queria demonstrar que a imperfeição torna únicas as pessoas e que as características que não são tidas como padronizadas são uma potência e não um defeito. Nesse meio tempo, apareceu a proposta de usar a realidade aumentada, uma tecnologia que até então não era muito usada. Também tive a ideia de criar o primeiro catálogo interativo. Quando pensei na inauguração da “Imperfeita”, queria que acontecesse em Março, o mês da mulher, mas não consegui, porque estávamos fechados ainda. Em maio, colocamos seis mil pessoas nessa galeria durante trinta dias, ou seja, quase 1% da população da cidade e isso para Lisboa é impensável! Durante esse tempo, 90% das obras foram todas vendidas também. A realidade aumentada foi um sucesso, e em termos de mídia, foi algo também muito acima das expectativas.
Daí para a frente a nossa agenda está fechada até 2023. Isso foi uma virada, um ponto como curadora, de gerir um projeto num momento muito difícil. Esse projeto foi uma possibilidade para alguns dos artistas que participaram de reforçarem a sua inspiração, e buscarem forças. Conseguiram passar aquele momento tão difícil e tiveram a possibilidade de estar num projeto onde o seu trabalho foi demonstrado. Foi realmente incrível!
O que é o Coletivo 284?
Conseguimos explicar muito bem o coletivo com os três números: 284.
DOIS são dois países: Portugal e Brasil, OITO são oito jornadas criativas que passam por Arte, Eventos, Ativação de marcas, Design, Arquitetura, Comunicação, Design de Interiores e Marketing.
QUATRO são os quatro pilares de sustentação que são o Planeta, a Humanidade, as Conexões e o Futuro. A nossa comunicação está empenhada em transmitir a nossa identidade, o motivo do nosso nome e o nosso propósito que é “284”. Hoje o mundo aceita quem é multipotencial. Anteriormente, ser multipotencial era um defeito, porque as pessoas todas e o mercado, entendiam que quem faz uma coisa, não pode fazer bem outra coisa. E hoje é completamente ao contrário! Quem faz uma coisa pode e deve fazer bem tudo o que quiser.
Qual foi até ao momento o projeto mais extraordinário do Coletivo 284?
Na verdade, todas as experiências são extraordinárias! Não existe uma que eu possa destacar! Vou destacar algumas para ser mais fácil. Todos os anos criamos um evento para apoiar alguma associação, que faça um trabalho dentro de um dos nossos pilares. O ano passado fizemos um trabalho com a associação Entremundos que cuida de refugiados de guerra. Ainda não havia guerra da Ucrânia, estavam focados em refugiados do Afeganistão e ainda estão focados em refugiados de vários países. A associação propôs a cedência do espaço para o lançamento de um livro da presidente da Associação. Nós recebemos a proposta e aceitamos. No meio disto aconteceu uma coisa interessante, a presidente da associação, tinha no seu telemóvel alguns desenhos de crianças e adolescentes que estavam ao cuidado da associação. Mandaram-me dois ou três desenhos, feitos a lápis, que tratavam a vida daqueles jovens, muito duro, triste e pesado. Então eu disse: “quero sessenta e três desenhos até amanhã”. Enviaram-me os desenhos de três jovens, a grande maioria e eu entrei no meu grupo de WhatsApp, onde estão por volta de trezentos artistas e perguntei: “Quem tem interesse em trabalhar neste projeto em prol de uma associação que cuida de refugiados?” Em dez minutos eu tinha uns vinte artistas interessados. Nós fizemos um livro lindo que se chama “Dar cor ao sonho”, os artistas coloriram as obras das crianças. Aquilo foi uma conexão muito bonita! Em pouco tempo, consegui acionar as minhas conexões e criar um projeto.
Por exemplo, temos outras situações no Coletivo 284, como a nossa proposta sempre permeia a mistura de arte e com a ativação de marcas com marketing, também já tivemos, por exemplo, um evento de uma marca de um carro. Esse carro elétrico, tem uma pegada de conscientização, até pela composição do carro. Com essa proposta criamos todo um projeto artístico para o lançamento, trazendo artistas também para participarem deste projeto. Também temos em andamento, um projeto para a criação de rótulos de vinhos e vamos criar uma exposição com artistas que pintam com vinho. Com esta amplitude do projeto, não consigo citar um. Todos eles são incríveis, cada um à sua maneira e isso me deixa muito feliz, porque todos acabam por ter um protagonismo muito grande na nossa história. Agora temos uma exposição em andamento, com um artista português, muito conhecido fora de Portugal. Muitas pessoas acreditam que ele americano e não ele é português! Também temos uma exposição na nossa galeria virtual e em breve no Metaverse.
Cada projeto é uma paixão nova. Cada projeto tem um estímulo diferente. Todos têm o mesmo encanto!
Como tem sido a experiência de trabalhar em Portugal?
Num primeiro momento eu tive, como qualquer pessoa que está no país que não é o seu de origem, mesmo sendo um país irmão, com uma língua irmã, alguma dificuldade de me adaptar. Eu sou de São Paulo e todo paulistano tem um grande amigo português ou filho de portugueses. Em Portugal, não são todas as pessoas que têm um grande amigo brasileiro. Então, eu percebo que as pessoas em Portugal, apesar de haver muitos brasileiros em Portugal, não tem um contacto tão íntimo como aqui em São Paulo temos com os portugueses. Em consequência, temos que explicar muitas vezes o nosso jeito de ser e o nosso comportamento. Num primeiro momento, pelo projeto, ser muito diferente, tive duas questões: eu me explicar enquanto brasileira, para poder usar a língua do português — é uma língua diferente, uma cultura diferente. Em segundo, explicar um projeto difícil de compreender por ser tão conceptual. Felizmente, estas dificuldades passaram em pouco tempo. Hoje consigo me expressar com tranquilidade e acho que o mercado, na sua grande maioria, já percebeu a “potência 284”.
Quais são os artistas com quem anseia poder trabalhar?
Na proposta do Coletivo 284 queremos sempre trabalhar com artistas que já estão com a carreira consolidada, e misturar com artistas início de carreira, em ascensão e artistas que descobrimos. Isso aconteceu na exposição Imperfeita, tinha duas obras, uma de artista que já tinha estado em vinte bienais e outra com a sua primeira exposição. Com quais sonho trabalhar? Eu sonho trabalhar com todos! Se eu pudesse ressuscitar um artista, eu queria conhecer a Frida Kahlo, mas não dá. Em praticamente um ano e meio, o Coletivo 284 já produziu exposições com sessenta artistas. Até ao final do ano, deve subir mais uns vinte e cinco artistas. No próximo ano, a proposta ainda é maior porque vou entrar no Metaverse e aí a escala é muito maior.
Consegue escolher uma exposição que marcou significativa?
Uma exposição que me marcou muito, foi no Brasil há mais de vinte anos atrás, chamada Redescobrimento. Esta comemorou os 500 anos do descobrimento do Brasil e trouxe para mim um panorama da potência da arte brasileira. Eu fiquei sete horas para ver tudo por ser tão grande. Trouxe artistas do Brasil inteiro considerados artesãos, ao lado de artistas consagrados.
No Coletivo 284, como curadora, a primeira exposição Imperfeita, por ter dado origem ao projeto e restantes. Outra exposição que eu gosto e que está em exibição agora, da qual sou co-curadora, aqui no Brasil, chama-se Arte de viajar. É uma exposição com trinta e cinco artistas brasileiros e uma portuguesa, que conversa sobre qualquer tipo de viagem, dentro ou fora, para algum lugar ou uma ideia. Então, são trinta e cinco obras que retratam essa arte de viajar. É uma exposição que percorrerá várias cidades do Brasil. Estes são os três momentos que eu gosto de destacar hoje. Amanhã talvez sejam outros.
Quais são as temáticas que deveriam ser mais debatidas no mundo da arte?
Eu não consigo entender uma proposta artística que não passe pela evolução de alguma forma. Eu acredito que qualquer proposta, em qualquer linguagem artística tem que ser pela evolução, seja pelo autoconhecimento, pela proteção da própria vida humana no planeta ou até entender o consumo, das emoções humanas. Eu acredito que cada artista, com a sua poética consegue tangenciar algum tema ou reflexão que leve à evolução. Pode parecer muito vago dizer isso, mas aí contempla todas as vertentes artísticas e todas as poéticas artísticas. Outro tema interessante que, atualmente, tenho visto muito, por exemplo, nas grandes exposições no Brasil e na Bienal de São Paulo, é a temática da Arte Indígena.
Percebo também algumas grandes exposições e grandes movimentos artísticos, que falam sobre a preservação da vida no planeta. Em algumas situações percebo artistas e até marcas que patrocinam um pouco equivocados. Na minha opinião, nesse sentido, porque não se trata de salvar o planeta, mas sim salvar a própria vida humana. O planeta não vai morrer! Nós não vamos destruir o planeta, nós vamos nos destruir se continuarmos assim. O planeta se recupera e volta à sua plenitude, nós não. Isso é muito dramático, eu percebo que muitos artistas começam a entender o significado, tirando a arrogância do homem e mostrando a pequenez do homem diante da natureza. Isso é uma temática, que os artistas podem trabalhar sem ser aquela coisa apocalíptica, mas alguma coisa no sentido de conscientizar baseados nas emoções humanas.
Se eu tivesse que destacar temas que me chamam a atenção, seriam a preservação da vida no planeta, com várias poéticas e vários caminhos, e as emoções humanas. Atualmente, acredito que sejam duas temáticas que precisam ser debatidas amplamente.
Na sua opinião, quem são os artistas que estão a transformar o panorama artístico atual?
Os artistas de rua! São os artistas que mais tem conhecimento e que estão preparados para as adversidades. Como estão acostumados a pintar no exterior conhecem os problemas e tudo que acontece nas ruas, pois têm muito contato com as outras pessoas. A arte é uma busca muito solitária, porque o artista costuma se encontrar solitário dentro do ateliê. Os artistas de rua têm mais contacto com os outros. Assim, conseguem passar a sua mensagem e ideia de forma mais rápida. O que premeia os artistas da arte urbana é que todos, desde o artista mais famoso, até o artista que ninguém conhece de uma região periférica, desenvolvem um trabalho social. Na minha opinião, são os mais preparados neste momento!
Qual é o seu conselho para os jovens artistas, curadores, produtores, entre outros agentes, que atualmente dão os primeiros passos neste mundo?
Persistir e trabalhar! O artista não pode esquecer que é o representante da própria marca. Não pode delegar para uma outra pessoa que seja 100% representante da arte dele. Claro que deve ter um manager, para que o processo seja feito com mais qualidade, mas deve conhecer todo o processo em si. É um trabalho com qualquer outro. Ser artista é uma profissão! Não existe o dom que vem de Deus ou uma inspiração divina. Não existe! Tudo é trabalho! Então, o conselho é estudar muito, trabalhar arduamente. Quando encontrar uma poética, um tema que lhe faça sentido, aí mergulha! Terá de enfrentar tudo e todos para assegurar esse tema, porque às vezes o tema ainda está “muito cedo” para o mercado ou artista ainda não conheceu as pessoas certas. Tem que investir na poética, não adianta o artista entrar por uma vertente que não acredita, mas que combina com a casa das pessoas, só para vender a obra. Quando faz isso está abrir as portas de uma prisão, ele não sai mais dela.
É necessário criar sentido para o artista, porque senão o fizer, o trabalho sozinho morre em pouco tempo. Então é isso; estudar muito, perceber que é uma profissão, que é necessário trabalhar e não vem tudo de inspiração divina. Isso vale também para curador, pois também tem que estudar muito para ter um mínimo conhecimento do mercado, da tecnologia e da disponibilidade de trabalho de outros curadores. Conhecer o que há de divulgação e de potencialização do seu trabalho, porque sem isso o trabalho morre dentro do ateliê, na parede. Entender quais são essas possibilidades de potencialização da divulgação e venda do trabalho, encontrar parcerias com projetos que sejam confiáveis e bem elaboradas.
Existem possibilidades no mundo físico e no mundo virtual; então é entender e conhecer as ferramentas todas disponíveis e cercar-se de outras pessoas que sejam competentes. Na minha opinião, tanto o artista quanto o curador precisam trabalhar muito, ter conhecimento, buscar entender novas ferramentas como os ativos digitais e conseguir as parcerias certas.
Se tivesse a possibilidade de escolher uma obra de arte para a sua “coleção pessoal”, qual seria?
Eu escolheria uma obra assustadora para mim, mas eu acho incrível: The "Scream" (O Grito) de Edvard Munch. Esta obra foi muito poderosa e forte para mim. Eu acho que muitas pessoas, por ser uma obra que já viram tanto, não se impressionam com a sua potência. Eu tive o privilégio de ver essa obra a cinquenta centímetros de distância, e fiquei paralisada por muito tempo na frente desta para compreender a sua potência. Foi a obra que mais mexeu comigo. Já vi a “Guernica” de Pablo Picasso de perto, a “Monalisa” de Da Vinci e outros trabalhos de vários artistas brasileiros importantes, mas nada me deixou naquele estado como o Grito. Se fosse possível, eu gostaria de ter, mesmo que a emoção que ela me cause não seja positiva, mas é tão forte!
Para finalizar, quais são os eventos culturais que mais anseia visitar em 2022?
Este ano, a Bienal de São Paulo foi interessante. Tem muitas exposições imersivas em São Paulo, cada uma com um artista diferente e todas precisam ser vistas. Na verdade, sempre que tenho oportunidade, eu vou a uma exposição, quer seja uma mega-exposição muito divulgada ou exposição até como uma divulgação menor. Eu acho que para um curador e artista, é importante ver várias propostas diferentes de curadoria e de exposição, porque consegue ter um acervo de informações, onde pode buscar informação ali com uma referência para a criação de um trabalho. Eu gostaria muito de ver, mas acho que ela não vai a Portugal, uma exposição que existe no México, no museu da Frida Kahlo. No futuro, gostava muito de ver uma exposição minha no metaverso, num ambiente virtual, com muitas pessoas dentro da galeria. Na verdade, eu já fiz algumas reuniões no metaverso e é incrível. Você está no espaço virtual, que é muito parecido com o espaço físico com outra poética, no qual o avatar pode ou não parecer com você e consegue conversar com outras pessoas como se estivesse numa festa. Eu já fiz testes na nossa galeria do metaverso com quatro ou cinco pessoas, mas eu quero realizar com duzentos, e ver como é. A experiência que eu quero ter no futuro é ver isso na minha galeria para testar o que posso fazer.