O que é uma Natureza Morta?
A natureza morta é um género de arte que inclui objetos como frutas, vegetais, animais, flores, vinho e entre outros. Esta pode simbolizar a celebração de prazeres materiais, como comida e vinho, ou um aviso da efemeridade desses prazeres e da brevidade da vida humana. Na hierarquia de géneros da arte estabelecida no século XVII pela Academia Francesa, a natureza morta ocupava o último, quinto lugar, depois da pintura histórica, do retrato, da pintura de género (cenas da vida quotidiana) e da paisagem. Assim, a natureza morta e a paisagem eram consideradas humildes porque não envolviam assuntos humanos e grandiosos da história. Na arte moderna, este género foi frequentemente usado para experimentações formais, por diversos artistas como Paul Cézanne, Pablo Picasso, entre outros. Descubra cinco impressionantes obras de naturezas mortas neste artigo.
Sunflowers de Vincent Van Gogh, 1888
Entre 1886 e 1887, as naturezas mortas foram o tema de muitos desenhos, esboços e pinturas de Vincent van Gogh, no qual este introduziu nas composição os conhecimentos e influências que obteve dos principais artistas do impressionismo, pontilhismo, da arte japonesa, das Ukiyo-e e gravuras em xilogravura. Manifestou-se uma gradual variedade expressiva nas cores, ao introduzir pigmentos mais vivos, como se pode reparar nas obras com flores, onde experimentou com as cores, a luz e até mesmo com as técnicas de pintura.
The Basket of Apple de Paul Cézanne, 1893
Esta pintura, uma das raras obras assinadas de Paul Cézanne, fez parte de uma importante exposição produzida pelo negociante de arte parisiense Ambroise Vollard, em 1895. Em The Basket of Apples, compreende-se que Paul Cézanne em busca da estrutura e composição subjacentes, reconheceu que não era obrigado a representar os objetos como os vê no espaço real. A estrutura e a composição inclinada da mesa pintada com a cesta de maçãs e uma garrafa, num retângulo impossível sem ângulos retos explica esta libertação do artista em relação à perspectiva e relação com o real. As pinceladas sólidas com cores brilhantes dão à composição uma densidade e dinamismo, impossível de uma natureza morta realista.
Still Life with Geranium de Henri Matisse, 1906
Tal como Paul Cezanne, Henri Matisse reconheceu que não era obrigado a representar os objetos como os vê no espaço real. Em Still Life with Geranium, a natureza-morta é transformada quase numa paisagem, que é representada com as cores fortes, tinta espessa e pinceladas rápidas, características similares ao movimento artístico Fauvismo. Esta é uma das muitas pinturas de natureza morta em que Matisse incorporou as suas próprias esculturas figurativas. Henri Matisse desafiou as expectativas artísticas ao criar as suas figuras com cores mínimas e linhas simples. Estas foram posteriormente feitas em edições de bronze: Woman Leaning on Her Hands e Thorn Extractor.
Still Life de Pablo Picasso, 1914
A partir de 1912, Pablo Picasso começou a construir obras que questionavam a tridimensionalidade na pintura. Esta composição encontra-se intimamente ligada a esta questão e às composições criadas na época. A incorporação de objetos encontrados nas obras de arte ajudou a estabelecer uma nova liberdade na escolha dos materiais dos artistas. Este trabalho questiona os limites da pintura e evidencia a liberdade obtida a partir das vanguardas.
Sandwich and Soda de Roy Lichtenstein, 1964
Sandwich and Soda é um retrato da cultura americana dos meados do século XX. Roy Lichtenstein criou esta obra de arte representando dois objetos extremamente comuns na arte americana da década de 1960: o sanduíche e o refrigerante. Sandwich and Soda evoca a natureza idealizada dos anúncios publicitários com um esquema de cores ligadas à bandeira dos Estados Unidos da América. Com as suas peças inspiradas na banda desenhada, Roy Lichtenstein tornou-se um dos artistas mais icónicos da Arte Pop americana.