Conhecido pelo nome da cidade onde nasceu, José de Guimarães (1939) é uma figura da arte portuguesa, que explorou diversas áreas desde das artes plásticas, passando pela geologia, engenharia até à arqueologia. As viagens a África, Ásia e América do Sul marcaram a sua carreira pela estimulação e desenvolvimento de uma linguagem estética. No final da década de 1970, construiu um alfabeto baseado nas formas e símbolos da cultura africana, introduzindo este nas suas obras. Na década de 1980 começou a explorar os limites entre a pintura e escultura, com peças produzidas com materiais pouco convencionais - fibra de vidro e um papel especificamente fabricado pelo próprio artista. Com cores fortes e alegres, as suas obras caracterizam-se pelo cruzamento de temáticas entre animal e humano, o mineral e o vegetal. Durante décadas o artista português colecionou arte africana, pré-colombiana e arte antiga chinesa que se encontra atualmente em exposição no CIAJG - Centro Internacional de Artes José de Guimarães. Conheça aqui cinco artistas com trabalhos semelhantes a José de Guimarães.
Álvaro Lapa
Participante activo da contemporaneidade artística de parte importante da segunda metade do século XX português, Álvaro Lapa afirmou-se num percurso singular através dos seus desenhos, estudos, pintura pautada por uma figuração elegante, num universo repleto de imagem e da palavra. As obras com cores vibrantes, negros densos e brancos pastosos, e figuras extraordinárias que se assemelham às obras de José de Guimarães. Álvaro Lapa nasceu em Évora, em 1939. Licenciado em Filosofia pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. A sua adolescência foi marcada pelo contacto, em Évora, com o pintor António Charrua e com o escritor Virgílio Ferreira, que lhe despertaram o interesse pela arte e pela literatura. Em 1956 instalou-se em Lisboa. Matriculou-se em Direito e, mais tarde, em Filosofia, licenciatura que concluiu em 1975. Em 1961 viajou para Paris, onde contactou com pintores próximos do surrealismo e com movimentos artísticos norte-americanos.Quando regressou, começou a pintar, incentivado por António Areal, concebendo trabalhos de forte vocação abstracionista e informal. Expõe individualmente pela primeira vez em 1964 e no ano seguinte muda-se para Lagos. Neste período explorou a utilização de materiais “não nobres” e começou a estruturar a sua obra em séries narrativas, nas quais integra um conjunto restrito de símbolos e formas, inserindo também a palavra escrita como elemento de composição plástica. Ingressou como professor de cadeiras teóricas da Escola Superior de Belas-Artes do Porto em 1976 e instala-se naquela cidade. Na década de 1980 trava conhecimento com José-Augusto França, que o orienta na sua tese de doutoramento sobre o Surrealismo em Portugal. Paralelamente à produção plástica, Lapa dedicou-se continuamente à escrita, tendo sido autor de numerosas publicações.Foi distinguido com vários prémios, entre os quais o 3.º Prémio do I Salão de Arte de Lagos (1970), o prémio AICA (1987) e o Grande Prémio EDP (2004). Faleceu a 11 de Fevereiro de 2006, no Porto.
Demit Omphroy
Demit Omphroy estudou arte na Universidade da Califórnia, Berkeley. Durante alguns anos foi jogador profissional de futebol, mas posteriormente seguiu uma nova carreira em fotografia e cinema. A pintura foi sempre uma paixão constante nas diferentes fases da sua vida, seja no desenvolvimento pessoal e profissional. Tematicamente, todas as suas peças concentram-se em canalizar a criança interior, permitindo assim que a sua expressão artística seja fortemente influenciado por linhas simplificadas e cores primárias. As cores que utiliza normalmente não são alteradas, direcionando-se assim para tons específicos. Desde das figuras extraordinárias à forte utilização de cores vivas conseguimos perceber as experiências do artista, desde de momentos de amor ou dor. Tal como nas pinturas de José de Guimarães, há uma história cheia de emoções que é contada, através dos pigmentos e movimentos.
Stuart Davis
Stuart Davis (1892-1964) é uma das figuras proeminentes do modernismo americano, com uma longa carreira que se estendeu desde o início do século XX até o pós-guerra. Confrontado com a escolha entre realismo e abstração pura no início da sua carreira, Stuart Davis inventou um vocabulário que atrelou a gramática da abstração à velocidade e simultaneidade da América moderna. Ao fundir o estilo arrojado da publicidade com as convenções da pintura de vanguarda europeia, criou uma arte dotada de vitalidade e ritmos dinâmicos. No processo, alcançou uma síntese rara: uma arte abstrata, mas ao mesmo tempo exala o espírito da cultura popular. Paralelamente, José de Guimarães trouxe figuras reais para um universo próprio, no qual exaltou várias culturas, desde portuguesa, africana e asiática. Os pigmentos fortes, a figuração e os elementos abstratos estabelecem ritmos semelhantes entres os dois artistas.
Otmar Alt
Otmar Alt é um artista alemão conhecido pelas suas esculturas e pinturas coloridas, que retratam animais e pessoas. Esta escolha assemelha-se à obra do artista português José de Guimarães que também retrata consecutivamente animais e pessoas com pigmentos fortes. Nasceu em 17 de julho de 1940 em Wernigerode, Alemanha, e estudou na Universidade de Artes de Berlim com o escultor Karl Hartung. Mais tarde, trabalhou como cenógrafo, uma carreira que moldou o seu desenvolvimento como artista que pinta objetos tridimensionais. Denota-se nas suas peças as influencias de artistas como Joan Miró e Paul Klee, tanto no interesse pela arte infantil como pelo sentido de humor pictórico.
Ammar Alobaidi
Ammar Alobaidi tem uma linguagem abstrata repleta de cores brilhante, padrões rítmicos, gráficos, preto e branco por outro. A textura está implícita com áreas de xadrez, pontos ou linhas onduladas, enquanto as composições são construídas com a precisão cuidadosa. A figura humana é frequentemente sugerida, mas cada personagem é unido em continuidade hamonioza como uma forma se sobrepõe a outra de uma maneira que lembra José de Guimarães, Picasso ou Matisse.
Os vínculos visuais entre homens e mulheres são uma alegoria visual para a reunificação da sociedade. Diante de um mundo desfigurado pelas guerras e pelo que o artista chama de “horrores” que levam o ser humano aos seus instintos mais baixos de destruição individual e coletiva, Alobaidi revela a força do amor, da solidariedade e das trocas de generosidade que podem acontecer espontaneamente.