A nova exposição sobre Virgil Abloh, inagura 1º de julho no Brooklyn Museum com curadoria de Antwaun Sargent. O próprio artista participou no design e layout da exposição, que originalmente estava programada para inaugurar em 2020, mas foi adiada devido à pandemia do COVID-19.
O norte-americano Virgil Abloh, designer e director das colecções masculinas da Louis Vuitton, faleceu no inicio deste ano, aos 41 anos, vítima de cancro. O fã de hip-hop começou a ser DJ no liceu, estudou engenharia civil na Universidade de Wisconsin, mas foi a partir dos 2000 que começou a crescer a sua carreira artística. Inicialmente, foi consultor de arte para Kanye West, aconselhando o “rapper” nas capas dos discos e na concepção de cenários de concertos, entre outras coisas. Em 2012, criou a sua primeira marca - Pyrex Vision e um ano depois, nasceu a Off-White, uma marca de roupa de rua de luxo que foi comprada em Julho pela LVMH. Foi o primeiro grande criador negro, comprometido com a afirmação das culturas afro-americanas, que conseguiu uma das posições mais invejadas no sector da moda e do luxo em 2018, na etiqueta emblemática da LVMH, a empresa de artigos de luxo número um do mundo. A mostra do Brooklyn Museum demonstra a carreira de Virgil Abloh como artista conceptual e diretor criativo da Louis Vuitton.
O título refere-se à utilização extensiva de aspas por Virgil Abloh para transformar a linguagem dentro delas em figuras de linguagem. Os curadores organizaram a exposição como um showroom e até incluíram uma loja de produtos, “Church and State”. Em destaque na exposição encontra-se a peça branca com asas, do desfile outono/inverno 2022, a última coleção da Louis Vuitton que supervisionou. O conjunto de couro angelical, inspirado tanto na streetwear urbano quanto na moda barroca, captura a atenção do público com suas asas de renda esqueléticas, couro e grande escala. Faz exatamente o que a alta costura deve fazer: sobrecarregar o corpo e transformá-lo em uma obra de arte escultural.
A prática multi-hifenizada de Virgil Abloh sempre abraçou a inclusão, especialmente nas instituições tradicionalmente fechadas – como o próprio mundo da moda. Isso é enfatizado na escultura Transparent DJM-900NXS2-P1 e Transparent CDJ-2000NXS2-P1 (2018), onde CD players e alto-falantes - que remetem ao background de DJ de Abloh - reproduzem áudio do filme “Pretty Woman” de Julia Roberts, 1990.
Com esta exposição o artista esperava que seu trabalho e a exposição em geral inspirassem uma nova geração de artistas, que fosse como um “convite” para os espectadores começarem a desenhar em cadernos ou serem criativos de diferentes maneiras. O próprio Virgil Abloh nunca parou de inovar ou trabalhar em novas formas, e sua abordagem na construção de exposições traduz suas ideias sobre moda e design para um novo meio.